sábado, 13 de fevereiro de 2016

Novo Casamento - mesmo parceiro - 18/09/2005

Por Camila Saccomori

"O relacionamento chegou ao fim, mas a separação não foi a melhor saída. Ao descobrirem que sentem falta um do outro, muito ex cônjuges voltam a se casar."

Casal que se separa e continua amigo já é uma raridade; que dizer de um ex casal que, após um tempo - seja breve ou longo -, volta a se relacionar aos moldes de um novo amor?

- Nossa separação não deu certo - declarou John Lennon, em 1975, quando voltou para os braços de Yoko Ono, após dois anos de afastamento.

Tem gente que se separa e, depois de algum tempo, descobre que a felicidade estava justamente com aquela pessoa que se foi. É o oposto da popular expressão "figurinha repetida não completa álbum". Às vezes, completa sim.

Primeiro eu quis me separar porque estávamos muito distantes. Depois da separação é que senti quão forte era o amor. Mas jamais imaginei que isso aconteceria -- confessa a publicitária Andréa Rossi, 34 anos, que foi casada por sete anos, enfrentou uma separação de seis meses e voltou com o ex marido há seis anos.
Casos como esses --que representam a eterna fantasia de boa parte dos filhos que têm pais separados  -- só acontecem quando os dois parceiros sentem o desejo de reatar. No entanto, o ex que pretende manifestar seus sentimentos deve repensar o motivo do rompimento antes de agir.
  -- Cada separação é única, podendo variar imensamente a quantidade de mágoas e ressentimentos que despertava. Tudo depende das circunstâncias e do modo como cada cônjuge lida com isso -- explica o psiquiatra e terapeuta de família e casais Luiz Carlos Prado.
Muitos casais conseguem, de fato, uma separação respeitosa e amigável, ainda que não indolor. São os que têm mais chance  de retomar a união -- desde que seja a vontade de ambos.
- Um recasamento, para que tenha sucesso, implica no envolvimento e no desejo das duas partes de construírem uma vida presente com esperanças num futuro e sem mágoas num passado -- indica a terapeuta de família Marilene Marodin.
Conheça, a seguir, as histórias de quatro casais que se dispuseram a fazer uma nova tentativa  com o ex -- e não se arrependeram.

Seis anos de namoro e duas década de casamento, seguidos por mais oito anos de "seminamoro" e um novo casamento há sete, masrcam a trajetória do casal Paulo Wainberg, 60 anos e Aidê Knijnik Wainberg, 57. No primeiro encontro, ela tinha 15 anos, ele, 18. O casamento de 21 anos terminou de de comum acordo em 1990, sem rompimento no papel.
--É claro que separação não é para quem está bem. Houve dificuldades de convivência que foram se acumulando -- recorda Paulo Wainberg, advogado e escritor.
Nos oito anos que ficaram afastados, os ex-cônjuges desfrutaram da liberdade da vida de solteiros -- Paulo foi morar sozinho pela primeira vez, aos 46 anos--, mas sem perderem o contato. Eventualmente, viajavam juntos--praia no verão, serra no inverno, tours internacionais.
Em um desses encontros, surgiu a vontade de reatar.
- Vimos que os dois lados tinham amadurecido. As queixas podiam ser encaradas de forma diferente e superadas. Valia a pena tentar -- recorda Paulo.
O namoro entre pai e mãe separados surpreendeu a então adolescente Tatiana, filha única do casal.
- eu adorava quando via a minha mãe, arrumada, dizendo que ia sair com o namorado. E surgia o meu pai para buscá-la -- conta Tatiana, 34 anos. - Eu queria que eles voltassem, mas não sabia se isso aconteceria.
Nem eles próprios tinham essa certeza. Paulo morou em três apartamentos durante os anos sem Aidê, mas admite que jamais tentou torná-los aconchegantes o suficiente a ponto de chamá-los de lar. E Aidê, em uma das das viagens sem Paulo, viu-se em um museu de Amsterdã desejando a companhia do ex-marido.

PARA MARCAR A NOVA FASE, ELES REFORMARAM O ANTIGO LAR.

--Acho que, no fundo, nós dois sabíamos que voltaríamos. As afinidades e a cumplicidade foram muito fortes --confessa Aidê. -- A separação, no entanto, propiciou um grande crescimento individual. É uma nova relação dentro de um nono casamento--reflete a psicóloga, que credita ao mútuo respeito o sucesso da nova fase.
Para marca o recasamento, em 1998, a casa foi reformada, simbolizando o início "do zero".
Durante a separação, Valdir não a decepcionou. E assim, sem planejar, o casal foi se reaproximando durante as visitas ao filho Vinícius, hoje com 22 anos,. Jantares para cá, saídas e barzinhos para lá, e o namoro foi retomado. Em 1996, veio a notícia que faltava para voltarem a morar sob o mesmo teto: Wilvânia estava. A mudança para uma casa em Nova Santa rita e o nascimento de Vitória, há nove anos, inauguraram a nova fase do casamento.
- Agora temos mais experiências e menos expectativas. Não somos tão afoitos como éramos antes - analisa Valdir.
No recasamento, uma adaptação de Valdir, quartos e banheiros separados para garantir a privacidade dos parceiros:
-Achamos necessário adaptar. AFinal, casamento pe como diz o Paulo Santn'Anna, "uma troca de maus humores durante o dia e maus odores à noite" -- brinca.

OS AMIGOS ACREDITAVAM QUE GEORGE E SIMONE IRIAM VOLTAR

- Sou campeão: casei com a minha ex.
A brincadeira resume a história do engenheiro civil George Aléssio Volkweis. aos 34 anos, ele á ocupou vários postos na vida da médica pediatra Simone Perez, 28 anos: primeiro namorado, primeiro ex-m=namorado; primeiro marido, primeiro ex-marido e, novamente marido. O casa-separa vem desde os tempos de Santa Rosa, ao estilo "namoro no portão": Simone, então com 12 anos, esperava na janela todo sábado pelo "rapaz do shortinho azul" que se exibia lavando o carro. oito anos depois dos primeiros olhares, o casal estava junto num apê em Porto Alegre, onde moravam de 1997 à 2000. Em 2001, porém o romance, acabou.
Foi um fim muito mal resolvido --admite Simone.
- Nossos amigos em comum nem deram muita importância quando contamos sobre a separação. Todos diziam que, mais cedo ou mais tarde, a gente iria voltar -- completa Aléssio.
No entanto, o rompimento foi para valer -- pelo menos na divisão dos bens. Carro, apartamento, móveis...Até os cachorrinhos poodle do casal entraram na lista. Acostumada a contar com o marido, Simone se viu pedindo socorro ao ex quando algo de errado acontecia. Na primeira vez o automóvel ficou sem gasolina na rua. Na outra, ela ouviu barulhos estranhos em casa e o chamou para passar a noite. Dali para a reconciliação foi um pulo:
- Depois que nos separamos, vi que qualquer pessoa com quem eu me relacionasse teria defeitos.. Então tinha que ficar com quem eu realmente gostasse. A verdade é que é muito difícil recomeçar com outra pessoa depois de ter passado por uma história como a nossa -- afirma Simone.
- Quando passou o luto do fim do relacionamento, até comecei a sair fazer festa. Aí percebi que nenhuma mulher era como ela -- diz Aléssio.
Mal completou um ano de separação e os ex-namorados já haviam reatado. O recasamento -- com direito a vestido de noiva na igreja, teve a presença do pequeno Henrique na barriga da mamãe, grávida de quatro meses,em maio de 2002.

LUIZ FELIPE E IZABELLA

Empresários do setor de gastronomia, Izabella Branco, 44 anos e Luiz Felipe, 46 anos, tê uma experiência de sobra para dar a receita de como reconstruir (ou não ) uma relação.
--É preciso acreditar no amor, porque ele existe -- assegura Izabella.
Longe de parecer enredo de conto de fadas, a história do casal teve lá suas provações para chegar ao "e viveram felizes para sempre". Antes de voltarem a ficar juntos, após uma década separados, ambos passaram por outro recasamento com os parceiros anteriores.
O vaivém começou em 1989 -- eles eram casados quando se conheream na Expointer daquele ano. separados dos respectivos cônjuges, foram morar juntos. O romance durou um ano e meio: Izabella (mãe de um guri) e Luiz Felipe (dois filhos e mai um caminho, na época) sofreram a pressão da família e voltaram para as antigas relações.
 --Foi um período muito difícil. É claro que tentei fazer funcionar, pois havia amizade e respeito pelo ex-companheiro. Mas não existia mais o mesmo amor -- admite Izabella.
Enquanto isso, Luiz Felipe também estava recasado com a ex. Quase 10 anos se passaram sem contato, a não ser eventuais notícias transmitidas por amigos em comum. em junho de 1998, ele se separou. Pouco depois, foi a vez dela, mas só em novembro ele soube. Um mês depois já estavam juntos novamente. a lembrança do reencontro é intensa.
- Quando o revi, parece que não tinha passado o tempo. a verdade é que nunca me esqueci dele, pensava nele todos os dias-- suspira Izabella.
Quando nos reencontramos foi definitivo: eu estava 10 anos mais sofrido, 10 anos mais a fim--recorda Luiz. --Olhando para trás, sei que foi uma incapacidade nossa segurar a barra. a cabeça não estava preparada para o que a gente planejava fazer.
Os planos aos quais o empresário se refere já foram concretizados. Gaúchos radicados há quatro anos  em Santa Catarina, eles compartilham a vida pessoa e profissional entre Florianópolis e Urubuci, na serra catarinense."

Nelsonpoa: O problema é quando uma das partes se vê sem a outra e a falta que ela faz é tão grande que transcende todos os sentimentos que se conhecem. Quando o casal respira afinidades e fazem disso um perfeito entendimento do que é principal e o que é fundamental sabemos do que estamos necessitando para continuar a viver a vida normalmente. Quando se sai de uma relação e se conhece o mundo exterior imediatamente se tem uma visão do que pode vir a acontecer num mundo completamente modificado e sem a real amplitude do que se espera nesse sentido.
O filme Broklin nos leva a esse cenário, ao da escolha, ou por uma vida melhor e um modelo de riqueza e grandeza profissional; ou do casamento, cenário de luta, de paixão, de uma vida de sacrifícios, mas cercada de modelos e vínculos familiares muito mais presentes e saudáveis.
Ainda num dos textos analisei novamente a palavra Indiferença, e de uma mulher falar de alguma coisa estava diferente, de que alguma coisa havia mudado, ou seja, aquele tipo de vida não lhe servia mais e não queria mais continuar nem com o próprio casamento, mesmo que o marido tenha bancado os estudos e tenha dado todas as condições da mulher se desenvolver, para ver se acalmaria o seu estado de insatisfação, mas não era isso, aquele tipo de casamento não era o que realmente desejou e nem com quem estava casada, sabe-se lá na verdade qual o model ideal neste caso em especial, mas que é um exemplo de que o sistema esgotou-se em si mesmo é um querer dizer: não quero nunca mais vivenciar isso.
Pessoalmente não acredito em recasamentos, mas acredito em outras fórmulas de demonstração de que os casamentos podem dar certo, com as mesmas pessoas que um dia desejaram passar a vida inteira juntas.
Quando as pessoas se perdem dentro do seu próprio eu e não entendem o significado de romper em razão das circunstâncias existem segredos que podem ser estabelecidos em busca das certezas que envolvem o casal, quando não existam fatores externos que possa atrapalhar esse tempo perdido que ficaram separados, o problema é quando esse vínculo e essa possibilidade acaba se esgotando dentro de si mesma.

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