terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

jogando a chave pela janela



Num desentendimento familiar uma vez joguei a chave pela janela do 3º andar e por causa disso quase atirei o ferro de passar roupa na cabeça do meu irmão mais velho, eu era o menor, mas nem tanto, e talvez por isso, o mais audacioso, já havia apanhado muito quando pequeno, e hoje acho que perguntar o porque sempre é uma saída. 
Sempre gostei de ter uma vida dupla, em todos os sentidos, de ser quem eu não era e poderia abusar disso se as condições financeiras permitissem. Já falei das surpresas que sempre aprontei em aniversários e com amigos secretos, desde o início, além disso, sempre gostei de escrever cartas, cartões, bilhetes, mensagens, etc...numa época que só se tinha o correio. 
Algumas coisas que levamos dos irmãos, além das roupas são, são com certeza, as influências musicais, que eram geralmente estrangeiras. Tudo isso ao meu ver é muito distante, acho que às vezes precisamos tentar recuperar coisas importantes que fizeram a gente perder tanto tempo para entender o que realmente interessa. Funaro já dizia: "O que é bom a gente mostra e o que é ruim a gente esconde".
Eu acho que quando pegava as chaves que me deixavam no japonês, o verdureiro, era tudo muito relativo, fazer a chave exigia muita responsabilidade, e na verdade, hoje, nem sei muito bem o que a mãe pensava sobre o assunto.  Mas sei que uma vez ela brigou com eles por causa disso, a gente vendia os jornais usados para ele, que pagava para gente pela venda. Eu ganhava um percentual sobre as vendas, eu bem que poderia ser comerciante, desde a época que eu vendia carnês, exige além de muito técnica, responsabilidades. 
Eu não tinha um amigo em relação a isso, eu tinha um concorrente, que não entendeu muito bem como funcionava a vida de quem tem certas regalias em relação aos outros. O que para família dele era um prazer ver a ostentação de pós adolescente eu via aquela proteção completamente fora da minha realidade. Prefiro nem falar o nome do amigo para não constrangê-lo, o certo que é que para ele ganhar alguém tinha que perder. Depois ele levou uma rasteira da primeira mulher que não adiantava nada avisar de que era furada, ele precisaria ver com seus próprios olhos. Depois encontrei o pai e a mãe dele na rua que me falaram da desventura do primeiro casamento. Tinha ido morar no Rio e se tornou militar e estava no segundo casamento, ele tinha referências boas do pai e da mãe e ela, bem ...
aquela profissão era a ideal para ele, tinha muito que amadurecer e levar uma vida mais obedecendo ordens e batendo continência, provavelmente talvez visse que aquilo não lhe levaria ao que todo mundo espera de melhor, que era uma profissão de ponta. Não sei se isso ocorreu.

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