domingo, 17 de janeiro de 2016

Sair de férias não é garantia de diversão, alguns vagam perdidos e outros se desentendem

Estou retornando ao trabalho amanhã, com o texto da Diana Corso na cabeça, de que sair de cena seria o desejo de abandonar as responsabilidades, querer descansar, dormir, ler sair, namorar, rir, conversar fiado. Como fazer isso se somos o que trabalhamos? Sem falar dos que festejam o anonimato. É tão pouco tempo que já está na hora de voltar para casa.
Eu poderia falar é do retorno, daquele período de dois ou três dias antes que começa o nervosismo pela volta  e do que se espera, mas não, isso está tranquilo, começo a perceber que durante 15 dias pelo menos fiquei perdido, e muitas vezes me esqueci do horário e várias vezes perguntei em que dia estava, o período foi bem interessante dessa vez, o antes e o depois do final do ano. Acho que cheguei a me divertir em alguns momentos, outros tive que resolver situações que poderiam me ocasionar problemas mais tarde e com isso a gente não pode brincar, a questão financeira, que acabei deixando de lado, depois de perceber que é necessário cada vez mais, convites de casamentos, de formaturas, de aproximações. Alguns desentendimentos naturais e outros que acabam por revelar segredos que não nos são percebidos, o desejo de voltar, de assumir novamente o controle do barco e de ter aquele poder de conhecer novamente outras pessoas, do jeito que ela são e o que podem oferecer, ou seja, se arriscar novamente, de voltar inclusive de beber, de fumar um cigarrinho que outro novamente, e de ter em mãos finalmente o controle da saúde, como meu tio que tinha um caderno de receitas macrobióticas, sim, ele escrevia sobre o assunto e não tinha nem um google para lhe ajudar.
E é sobre meu tio que quero falar nessa volta das férias. Quando estava no Rio certa vez, eu bem jovem, presenciei minha tia Maria chegar no apartamento do seu cunhado com uma carta na mão, dizendo que se ele tivesse que continuar aquele relacionamento com ela, preferia tomar arsênico, ou coisa parecida. Depois daquela separação, o dengo seguiu a sua vida e a denga arrasada nada pode fazer. Ele fez o correto, não estava com outra mulher, ele havia desistido daquele relacionamento que para ele era um estorvo. Os filhos dele detestaram ele por causa daquilo, mas continuaram a conviver com ele, como os pais devem fazer com os filhos. Certa vez, mais a frente ele bem que se interessou pela Samara, que o chamava de tio, mas acho que ela só tinha aqueles olhos verdes de atrativo, e aquele corpo maravilhoso, e aquele jeito...De qualquer forma mais tarde, bem mais tarde, ela conheceu a Auxília, e com ela teve um romance de dez anos mais ou menos, ele era aposentado, e ela era juíza em Brasília, ele dilapidou todo seu patrimônio e ainda casou com ela  e ela deu um PNB dele porque ela teve que optar entre ele e a filha, chegou a ser ridículo aquela constatação. Uma mulher aquenta tudo que é possível até a hora de ter que tomar veneno para continuar a  relação, que deve ter sido o que aconteceu, ele saiu de circulação e foi morar no que tinha sobrado dos bens dele, o sítio, que serviu inclusive de uma vez, para refugo para seu filho, que fez certo, ficou morando ali por um ano até poder reatar novamente o casamento com a sua mulher, não se envolveu com outra, de jeito nenhum, ficou por ali mesmo, um cara inteligente o meu primo, se envolver com outra mulher é porque o cara perdeu a noção completamente do seu espaço na vida. Para finalizar, após, dez anos de separação do casamento, meu tio falece no sítio da mãe em Porto Alegre, e acaba depois de algum tempo, uma ligação da Auxília perguntando se ela se importaria em ela pedir a pensão do meu tio que havia falecido, já que ainda eram casados.

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