Minhas Mulheres

Conheci Vanice mesmo foi numa festa dos amigos num sítio, eu tinha uma Brasília naquela época, não enxergava bem a noite e não diria bem à noite. Meus amigos bem que tentaram agarrar a Ana Paula, mas não conseguiram ela era muito arisca. Ana Paula fumava, tentava ser a frente do nosso tempo, e o meu amigo JP se entusiasmou por ela, nova, gordinha, deliciosa, mas uma mulher indomável, assim como as outras que ele tentou se arriscar, mal sabiam elas no que ele se transformaria depois. Mas naquela noite, Lulú Santos no embalou à noite toda e foi muito bom, passamos uma noite especial, eu tinha por volta de 30 e ela, bem, não sei se tinha 18, mas ela sabia muito de não conseguir se relacionar com os Homens, ela fumava, bebia e o resto a gente já pode imaginar. Depois acabamos por nos encontrar no trabalho, quando ela acabou se atirando novamente para cima de mim, e eu, muito ingênuo acabei convidando ela para um vinho no apartamento da mãe, como acontecia sempre, era melhor resolver aquilo de uma vez por todas. Acabamos conversando e não transamos porque ela estava naqueles dias e me disse isso deliberadamente, deu a casualidade de acontecer, época que não se cogitava camisinha e outros métodos de contracepção, dependia muito da nossa cabeça e de quem estava ao nosso lado. Eu sei que foi uma noite bem romântica e ela me mostrou do que era capaz. Dali para frente, acabamos por ter situações diferente, ela acabou encontrando uma ex-colega de trabalho que a procurou para dizer que eu levava todos para o apartamento da mãe para tomar um vinho e dali ninguém saia mais, foi isso que ela me passou, que eu era um mulherengo e incorrigível, mas não falou que eu não tinha esse poder de sedução, eu já havia aprendido aos atrás o que isso poderia custar a nossa reputação e isso faz muito tempo mesmo.
Dali para diante acabamos por nos cruzar algumas vezes, ela com o namorado e eu com meu amigo JP. Saímos outras vezes e acabamos por levá-la em casa e terminava à noite por ali, eu tinha o carro, eu mantinha um casamento com o trabalho e isso era o que importava e tinha tantas outras ocupações  que o tempo acabou nos separando,por vários motivos até que nos encontramos novamente em 2003, quando marcamos um encontro e eu não pude ir, porque estava na cama de outra mulher, e acabei saindo daquela situação de desapego, e fui para casa às 3h, tentando resolver o assunto da 1h, já que estava certo que iria dar relacionamento, mas não era para acontecer mesmo, ela não atendeu o celular e acabou por encerrar as negociações ali mesmo. Depois de alguns anos, encontrei ela no Zaffari, ela já com um capetinha e com o marido, bem acima da idade dela, mas que estavam casados e ela acabou me dizendo uma coisa que eu me lembrei depois. Quando ela foi embora do trabalho, eu fui até a casa dele e entreguei um Vinil do Lulú Santos pera ela, e dentro estava escrito uma carta, com a letra do meu amigo João, que era bom nisso, eu pedi para ele escrever, dizendo aquilo que eu deveria ter dito há muito tempo, que eu amava ela e que queria ficar com ela. Mais de dez anos se passaram para ela me contar que uma amiga, abriu o vinil e viu a carta e ligou para ela, que quando leu não creditou no que tinha acontecido.