segunda-feira, 4 de abril de 2016

Deixar de dormir juntos

"Desde então, os dois nunca mais dormiram juntos." Ismael Caneppele - PrOA 02/03 de abril de 2016
O assunto do texto escrito era político, mas a intenção aqui não é essa, e sim, mostrar o verdadeiro momento da separação do casal, o do campo das idéias, e não somente das idéias políticas, a dos interesses, sair do local do casal, é uma forma de dizer que: "não quero mais". O problema não é só esse, são as constantes humilhações que a Mulher é capaz de passar, a falta de interesse do parceiro, a vontade de que a situação permaneça como está porque ela passou dos limites e faz horas que ela está querendo mesmo dar um fim em tudo isso, e aproveita a oportunidade para que tal aconteça. Uma separação de fato acontece de outra forma, quando não há mais interesse em permanecer, não se encontra mais sentido no que antes era uma forma de lidar com a forma da vida real, de andarem juntos, mesmo que separado.
Quando se faz a opção de não dormirem mais juntos, é porque um deles, pisou mais fundo do que o espaço permitia, ou seja, afundou a relação numa situação de areia movediça, ou um puxa o outro, ou ambos acabam se enterrando juntos e nunca mais vão conseguir ter algum orgulho de estarem juntos. Quem faz a opção de sair é porque não acredita mais que possa dar certo, mas isso só pode ser dito, se perguntado, se consentido, se autorizado, isso não é um jogo de empurra empurra, não, isso tem que ser tratado com respeito e a dor do ouro precisa ser preservado, quando o ódio passar, então tudo poderá se resolver e quem sabe se juntar novamente os pedaços, mas será necessário o fortalecimento das relações, dos entendimentos e dos pensamentos.
Quando não se espera o tempo necessário e se faz a opção pela separação, acaba-se com o que pode vir a ser a morte daquilo que existia de mais emocionante a vida de que por mais que tenha sido ruim, ainda foi bom porque um ou o outro não foram embora, prefiram mesmo é tentar esperar que tudo volte a ser como era antes, quando alguém se precipita, por algum conselho ou por perguntas indevidas, é que quer dizer que infelizmente vai ficar tão ruim porque não haverá mais conserto e agora temos que conviver com a perda, com a falta e com o devido erro de avaliação, baseado em tão somente a pressa, não esperar que o outro se refaça daquilo que não queria mais viver daquela forma, colocando a culpa no outro tão somente, já que chega uma hora que é preciso de decisões para tornar a vida diferente para ambos. O que geralmente acontece é que um, com isso, sucumbe e morre, porque não consegue caminhar mais com as  próprias pernas, acaba caminhando na rua sempre fazendo a mesma pergunta, porque eu fiz isso? Ao outro, sabendo da decisão anterior não pode mais voltar para a mesma página, precisa continuar e procurar algo de novo  no velho, tenta encontrar no passado as suas próprias respostas, precisa reviver momentos e escrever sobre tudo que deixou de viver porque estava preso a alguma coisa que era mais forte do que ele mesmo, e olha que foram tantas as chances e no final a admiração por ter mantido aquela relação por tantos anos, mas que mesmo assim, acabou por terminar.

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