quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Último texto de 2015 - 20:22 do dia 31/12/2015

A conversa foi ao meio-dia, eu resolvi perguntar finalmente, o que tinha acontecido há um ano atrás, na época da minha cirurgia do coração, eu não sei se já havia passado pela cirurgia ou não, acho que não, não tenho certeza, mas enfim, aquele encontro na casa da enfermeira não tinha sido a toa, alguém queria me dizer alguma coisa, sem falar dos sonhos, hoje percebo que eles dizem muito, quando falei com meu amigo a última vez, não sabia se eu estava ainda no universo paralelo, se havia morrido e estar em algum lugar esperando para ser recolhido, lembro que cheguei a perguntar se era zumbi ou não, eu ainda não sei com certeza se havia ficado aqui encalhado e tudo isso de fato me mostrava que eu estava mal, muito mal e não conseguia sair daqui, enquanto não resolvesse tudo, acho que sabiam de que se me perguntassem se eu queria voltar para arrumar tudo eu diria que não, que me deixassem com Deus e que esse assunto era coisa do passado, exatamente como eu penso hoje, só que eu não poderia imaginar o que aconteceria depois, mesmo depois de ter lido aquele manuscrito mandando por carta para mim, que deveria me apresentar para discutir um assunto que não me dizia respeito, eu não sei o quanto as pessoas se envolveram naquilo, quem eram elas, e por que a coisa acabou indo para aquele lado naquele momento. (Estou tentando me concentrar, o celular toca, ela diz que vai tomar banho e eu preciso continuar).
Aquele manuscrito era quase o fim, dizia que eu deveria disputar pelo que era o meu por direito, seria uma guerra declarada, não mais uma guerra fria,  eu  fiz o texto de defesa, levei para a advogada, falei que tudo começou desde que o sobrinho foi morar lá, que era sonâmbula, vagava pela casa como uma fantasma procurando por alguma coisa, falei com a advogada e disse que havia desistido, que eu iria deixar tudo para ela, e iria sair, eu não queria ficar mais e que ela acabou de estragar tudo, talvez fosse isso que eu queria dizer, sei lá, ma ela não aceitou, disse que deveria passar tudo para o meu filho, que eu não precisava falar nada e foi o que aconteceu, como a questão médica não se resolveu, eu ia acabar além de perder tudo, perderia a minha saúde, mas o que aconteceu então? A juíza, num ato de desumanidade, não aceitou desfazer o que tentou-se combinar na última hora, resolveu me apunhalar pelas costas (a mega-sena vai ser sorteada...), impondo uma não aceitação do voltar atrás e desfazer tudo, não sabendo que aquilo me deixaria numa situação de poder voltar atrás, assim que ela voltasse a juízo normal, mas com aquela assinatura, foi decidido que não se teria mais volta, nem daqui há dois anos, nem antes, nem  nada, terminou, (não ganhei a mega-sena).
Acabei descobrindo o que aconteceu depois, da doença e da perda da memória dela, e de tudo que significava os meus sonhos e de que me esconderam tudo como se eu não fosse saber nunca, de que aquela negação significa a quase morte dela, e a minha incrédula escrita sobre tudo que havia acontecido e colocado em livro, eu estava com a alma tranquilo, o meu desabafo já havia acontecido e procurei um novo relacionamento, que pudesse me dar a liberdade que tenho hoje e finalmente volta a crescer como pessoa e como trabalhador, de ter uma chance de evoluir novamente, de me desprender de tudo aquilo que aconteceu e não ficar mais preso àquele passado, nem quando estou sozinho. Enquanto o sobrinho continuasse a morar lá eu não negociava nada, absolutamente nada! Eu tinhas as minhas razões!
O sentimento hoje é de procurar uma forma de superar aquilo que aconteceu daquela forma, de conhecer a juíza e dar meus textos para ela e como virei um escritor, querendo deixar registrado todos os pensamentos, da construção de uma nova vida profissional mais envolvente e abrangente, de procurar as respostas para fazer os devidos registros, todos precisam saber de fato como tudo aconteceu, os sacrifícios que aconteceram nessa história e como ela ainda está me desenvolvimento e não terminou, está na hora de encontrar a solução.

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