domingo, 20 de dezembro de 2015

Histórias CRuzaddas

Aconteceu pelos anos de 1980, mais ou menos. Estávamos numa festa, não me lembro de quem exatamente, só sei que a gente tinha um encontro no dia seguinte com a minha quase prima Cristina, que faleceu prematuramente, me lembro que nos quinze anos dela o meu irmão veio nos falar que ela estava chateada porque ninguém dançava. Ela era um mulherão e naquele dia fatídico após o ocorrido, fomos jogar WAR na casa dela coma amiga delas que gostou de mim, mas é que ela era muito feia e não fez nada para tentar me agradar, moral da história aquele romance não emplacou para nenhum dos dois.
Na noite anterior, quando chegamos da festa, o primo chegou para mim e sugeriu que a gente pegasse o carro da mãe, sem autorização dela, e fosse dar uma banda na noite, eu não havia bebido, acho e estava em condições, conhecendo a mãe como eu conhecia, aquela ideia não poderia ser minha, mas eu não dedurei o primo, acabei aceitando porque eu tinha medo que ele não aparecesse mais ou desmarcasse o esquema com as duas, que a gente tinha marcado, sei lá porque e em que condições, realmente não me lembro. O problema é que parados numa sinaleira da João Pessoa com a Jerônimo de Ornelas, uma Brasília, não esqueço até hoje a Placa AY 8012, laranja, nos abalroou e acabou por fazer aquela noite uma das piores da minha vida, não teria como justificar uma atitude daquelas, eu estava perdido, sem falar que a tal Brasília fugiu e fomos atrás perseguindo desenfreadamente os ocupantes, que estavam bêbados, e se mijando pelos cantos, quem estava dirigindo era um bigodudo ou não, talvez fosse uma mulher. Sei que o primo, depois de muita conversa não conseguiu resolver nada, e quando chegamos em casa, nem conseguimos dormir. Todos vizinhos souberam do ocorrido, uma vergonha daquelas, o mais importante disso foi que o primo estava junto e por isso eles não acabaram comigo ali mesmo. Eu era culpado e acabei escutando muito tempo aquela situação. Eu sei que o Plínio era advogado e acabou nos tirando daquelas, ele descobriu quem era o dono da Brasília, que pagou todo o conserto do veículo, fomos na casa deles, e quando encontrei, olhei para o cara de bigode e disse, foi ele! Foi uma grana aquele conserto, e acabei agradecendo de uma outra forma aquela família, no dia do aniversário de 15 anos da filha deles, eu acabei ficando com a guria na festa, e ainda bem que aquilo não evoluiu um centímetro, se eu tivesse que namorar a donzela que sabia que eu era um pé rapado e ela uma Maria Gasolina, mas ela tinha um atributo, era irmã da Stela Maris, que fomos nos quinzes anos dela, já contei essa história e acabei por cair no meio de duas poltronas, me balançando caí para trás, ainda hoje conto isso para o meu irmão que não se lembra do fato, apenas se lembra dos precipícios de S. Francisco de Paula, o qual não morreu por que não era hora. Stela Maris era minha colega na Escola, e numa das provas bateu naquela aquele ataque de desespero que bate em qualquer um quando a gente não sabe nada, ela acabou saindo no meio da prova e disse que não tinha condições de fazer a mesma. Ela me tratava como se eu fosse o irmão mais novo dela, uma mulher muito querida. Esse desespero talvez se equivalha a ser pego com a cola na mão,quando sem querer o professor levanta a prova e vê a fila que tu estás e pede para você sentar lá no fundo da sala porque está interrompendo a entrada, a cola não caiu da prova, ficou colada nela literalmente, não adiantou, eu acabei rodando na cadeira de contabilidade.
Eu tinha crédito educativo naquela época e não entendia o que isso significava, só sei que isso merece um capítulo a parte na novela das minhas memórias.
Depois desse incidente veio a revanche, acho que não muito tempo depois, eu estava na casa do meu primo este, o mesmo que incendiou o caso da Brasília, e nós estávamos jogando bola, na esquina da Salvador França, com a La Plata, nem me lembro a rua direito, mas era uma casa casa de esquina, pertencia ao Rubens, mas que a Gracinha, mãe do Primo, morava com o falecido Biazze. Preferi não trocar os nomes para dar maior credibilidade a história.
Eu sei que a gente estava jogando ali na rua, quando a bola caiu dentro da casa, eu fui atrás dela, e deu balão para cair do outro lado da rua, só que a bola bateu nos fios da eletricidade da rua, que deixou toda rua sem luz, e aí vem o pior, tinha um casamento de um vizinho famoso no meio da quadra, coisa que eu não posso nem me lembrar. Eu sei que no meio dos fios desencapados deu um curto circuíto e meu primo Renato pediu para eu baixar a chave e eu disse que eu não, estava com medo daquilo que eu estava vendo na frente, fogos de artifício e nem era Natal ou Ano novo, mas sei que acabei vendo o meu primo levar uns tapas na cara da mãe dele, e acabou passando pela mesma coisa que eu passei naquela aventura noturna.
Nos deixamos de falar depois, porque numa situação na praia ele acabou me dedurando e se mostrando um traidor porque eu fingindo me fazendo de bêbado entrei num caso parecido com o da mãe e liguei o mesmo, apenas para criar tumulto, só que aquilo vazou acima do esperado, chegou nos ouvidos da mãe,  e dali para frente nunca mais nos encontramos, num aniversário ou outro e mesmo que tentando conversar, não dava mais, a antipatia já estava escrita, e acabei vendo uma falta de caráter naquela pessoa. Alguma coisa me dizia que não devia me aproximar dele, todos gostavam dele, mas ele não era uma pessoa do bem, e a gente ainda bem que não se viu mais, apenas no aniversário do meu irmão, que ainda insiste em contatar com ele, mesmo depois de tudo o que aconteceu com o nosso outro irmão, que agora não é o momento adequado para escrever.

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