quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Rainhas Carnavalescas

Eu gostava de passar o carnaval no interior, mas era difícil porque os caras sabiam que tu era da capital e além de tirar a mulher deles, eles arrumavam briga por qualquer coisa...mas eu sempre acabava de romance com a rainha do carnaval, passavam-se os anos e elas ainda se lembravam daqueles carnavais que passamos juntos, ainda tenho, escondido, até hoje, as cartas das minhas rainhas carnavalescas... Passei uma vez um carnaval em Santa Cruz do Sul, onde eu tive um relacionamento fora do comum com a Fanta Laranja, a casa onde fiquei, era tomada por elas. Mas foi um romance de um carnaval apenas, estava muito quente naquela época, e, para encarar aquela namorada chata, bipolar, leonina e de mal hálito só existia uma forma, bebendo, mas eu era um cara que não bebia e nem fumava, e ali, naquele momento, só existia uma possiblidade, um baseado, enfim, encarei no seco aquele carnaval e o pior é que não dava nem para dar um cheirinho na perseguida, que fase! O interessante é que as duas cidades que passei o carnval do interior, pulando literalmente, as namoradas tinham um final nice...não sei se quer dizer alguma coisa. A outra cidade em que passei foi Jaguari, onde tive um romance na segunda vez que estive lá, que rendeu uma noite de amor bacana, lembro dela até hoje com aqueles lindos olhos verdes. Aqueles dois carnavais que passei por lá foram interessantes, mas apanhei muito naquela época. Eu gostava mesmo era das rainhas que queriam ficar comigo, mas eu queria ficar com todas, mesmo assim elas sabiam que eu era da capital, talvez tivesse algum encantamento. Além de me esconder dos caras que só queriam bater em mim, eu também tinha que me esconder das doidas que ficavam no meu pé e não me largavam para nada, só existia uma alternativa, banheiro e às vezes mais de uma hora por lá, tentando me esconder até elas aliviarem do meu pé, aquilo realmente foi um teste para inconveniência. Eu sei que no final das contas acabei terminando a noite na casa de uma delas e depois juramos mandar cartas de amor, as quais eu não respondi, a distância não haveria a menor possibilidade de continuar aquele romance, até hoje eu a vejo pelo facebook, mas é só isso. Aqueles carnavais eram movidos a muita cerveja, baurús e trens da estação ferroviária, uma fase que existia uma relãção entre as classes, tempos em que viajar de trem requeria, muita paciência e cuidado, para quem viajava de segunda classe, tudo poderia acontecer. Conheci naquela época algumas cidades no entorno de Santa Maria, que também tinham as suas belezas e rainhas carnavalescas.

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