terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O misterioso caso da Incofarma

Trabalhei nos anos 80 numa empresa com esse nome, foi quando aceitei diminuir o meu salário de CR105.000,00 para Cr$70.000,00, até o Presidente da Empresa, o Neco, me perguntou, porque eu aceitaria aquela diminuição do meu salário, acho que ele ficou com pena de mim, na verdade eu não arrumava mais emprego em lugar nenhum, precisava estudar e já estava casado por assim dizer...devido a uma demissão irresponsável de uma empresa de processamento de dados. Foi quando conheci o Altair o chefe do CPD e o Gilberto, o chefe da Contabilidade...um era um pinguço e o outro um contador responsável, sério, não sei como trabalhava naquela empresa...tinha umaa chefa a tal de Mirta ou Mirna, não me lembro muito bem e um outro funcionário que a mulher dele recém havia ganho neném...eles não gostavam de mim, para variar, eu fazia Análise de Sistemas, qualquer um que estudasse e fosse razoável, seria gerente de CPD, Analista e ganharia pelo menos umas cinco vezes mais do que eu ganhava ali como...digitador...nem operador era, a gente fazia tudo ao mesmo tempo, era um equipamento LABO 8034. Também tinha outra colega que era bacana, me convidou no final para o aniversário de um ano do filho dela, tive problema com ela também por causa de umas notas, mas eu era rebelde e sempre pensei, não me bem com ameaça, ela acabou pedindo para eu resolver e eu resolvi. Foi tanta coisa que aconteceu naquela empresa que eu teria que fazer em uns dois capítulos para relatar tudo e ainda ia faltar espaço, mas tentarei dizer só o melhor e ser o mais sucinto possível. Eu já sabia que a coisa ia ser feia por lá, mas precisava do empresa e tentei me manter longe de encrencas desde o início, mas quando o outro que trabalhava lá começou a amarrar os meus tênis na hora do repouso eu vi que vinha chumbo grande por ali. De tanto que eles me aprontava uma vez peguei o cigarro do altair e fiz uma bomba com resto de pólvora da caixa de fósforo...ele nem percebeu que teria sido eu, acusou o colega, que era o único que teria capacidade de fazer aquilo. O sistema uma vez caiu e eu fiquei repousando dentro do CPD, já que não podíamos fazer nada mesmo, o meu colega foi lá e chamou o Araújo que deu um chute na mesa quando chegou provocando um susto em todos que estavam ali, até o pessoal da empresa Sispro. Sem dizer que soltou um palavreado daqueles, se morasse com a mãe eu teria dado parte dele na polícia, nunca mais se meteria a besta, agressão dentro do local de trabalho e coisa assim, deixei passar...prcisava do emprego, estudava na faculdade, tinha dívidas para pagar, recém casado...começamos a nos estranhar por causa de umas notas de almoço e jantar, quanto a gente tinha que fazer horas extras, que eram todos os dias praticamente.Cada vez eles bebiam mais durante o horário de expediente, e começaram arrumar uma forma de me colocar para rua, então eu resolvi dar uma antecipada na história. Falei com o Gilberto que as minhas notas eu mesmo trocaria com ele, sem interferência do Altair, e ele concordou...chegou no final do mês, entreguei todas as minhas notas para ele, só que havia um problema, o Altair já havia entregue as minhas juntos, sem eu saber, como assim???duas notas? eu se fosse o Gilberto, botava os dois para rua..mas não foi o que aconteceu, ele trancou a porta e ficaram o Gilberto e o Altair, ali mesmo. Não demorou uma semana depois eles me botaram para rua, preferiam ficar com os podres. O mais interessante é que o cara que ficou acabou contratando um comparsa para bater o ponto e ficarem ganhando como se estivesse fazendo horas extras, mas esqueceram do guarda, que dedou os dois. Eu já tinha até ido lá me despedir do Gilberto e desejar felicidade para ele, disse que achei bacana trabalhar com ele, e que tivesse sucesso, eu gostava dele mesmo, já com o Araújo eu olhei bem sério para ele e perguntei qual era o motivo? O funcionário dele até hoje encontro ele na Azenha, o Duarte, sempre trabalhou, como vendedor de loja por ali, nada mais disso, às vezes até sinto vontade chamá-lo e conversar com ele. Ele ficou ali, eu fiz concurso, ali mesmo, numa falha de sistema, para não dormir e repetir o que aconteceu com o Araújo, eu fui lá, na hora mesmo, e me inscrevi e passei boa parte do tempo estudando na empresa. Uma semana depois o tal Araújo perguntou o que eu estava fazendo, e me perguntaram se eu queria voltar, como eu não estava fazendo nada, às 18h, cruzei com o demitido, que me desejou sucesso. Eu fiquei com medo e pedi para mãe e pai me buscarem de carro na empresa, cehgando lá eu disse que teria que voltar, pois tinha muito serviço, peguei um táxi e voltei depois, mesmo depoi de muito rolo...não tenho como descrever o que acontecia naquela empresa de tão sinistro, a gente viviam sempre com o coração na mãe, até a hora que eu não me importava mais se ficasse ou não na empresa...era uma mina que poderia explodir a qual hora, todo mundo sempre com o coração na mão. O que me lembro bem é que o contracheque era atrvés de um envelope, tudo muito "tradicional". Uma vez ele contrataram até a minha mulher para digitar lá na madrugada, pois eu queria ver a decisão do Grêmio em Tóquio...contrataram também um idiota, digo, agiota que emprestava dinheiro para todo mundo e tinha um caderinho que cobrava depois, ligava lá para minha casa à noite, de madrugada querendo saber como arrumar a impressora que não funcionava e eu só dizia que tinha que dar um chute nos fios atrás dela que começa a funcionar. Quebrei o dedo da mão esquerda num jogo de futebol naquela empresa, fui atendido pelo INSS, acho até que seria acidente de trabalho, se não me engano, foi no horário de trabalho, brincadeira é claro, mas várias vezes trabalhei com aquela mão daquele jeito. O dedo quebrou em três partes, está levemente torto, até hoje. Aquele dono da empresa era dos meus, saía no meio do expediente para jogar tênis no clube. Eu cabava por ganhar bem porque trabalhava muito e quando fui embora, pensei que eles iam me chamar para ser o gerente do CPD, tantas idas e vindas daquela empresa, soube disso numa festa de aniversário de criança. Fui suspenso três dias naquela empresa, porque roubaram um relatório que deixei rodando da noite, eu estava proibido de pegar táxi para voltar para casa, então eu saí mais cedo e deixei o relatório rodando e fui fazer meus exames para ingresso no serviço público. Alguém que não gostava de mim, roubou o tal relatório e o dono da empresa aonde eu andava. Assinei a tal suspensão e disse que não voltava mais, mesmo assim, me fizeram cumprir os 30 dias e eu tinha tempo para fazer acontecer, lendo jornal, e fazendo palavras cruzadas. Aquela empresa me mostrou o lado negativo da iniciativa privada, do desmado, do autoritarismo, da prepotência, da arrogância no seu maior contexto, da falta de habilidade dos chefes com os funcionários do pouco estudo e do conhecimento das relações trabalhistas num âmbito de trabalho em equipe.

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