terça-feira, 9 de junho de 2015

Lya Luft realiza sua primeira exposição de pinturas nesta quinta-feira

A mãe gostava muito do que ela escrevia. Existia um preconceito bobo em relação a isso, o que poderia uma mulher escrever de tão interessante para ela ser uma admiradora, em uma época que poucas as mulheres teriam esse talento de se fazer entender por outras mulheres "donas de casa". O que ela diria que as faria pensar e entender certos comportamentos, talvez tenha sido ela, uma das grandes incentivadoras a fazer a minha própria mãe a se tornar a mulher que se tornou já no final daquela época, ela já com mais de cinquenta anos, uma mulher que tirou carteira de motorista e desafiou vários momentos inclusive com o marido sendo testemunha de vários dos seus momentos, de uma mulher também a frente do seu tempo, como a prórpia Lya Luft sempre se mostrou, provavelmente sendo influenciada por outras correntes de mulheres que abriram essas mesmas correntes para poder vivenciar uma novo modelo de vida. Lya Luft sempre escrevendo com maestria sobre a realidade dos sentimentos e pincelando com leveza as críticas sobre todos os assuntos que nos trazem desconforto à alma. Se eu tivesse uma grana sobrando não deixaria de comprar um dos seus quadros e poderia colocar no meu local onde tenho as lembranças de vários momentos de onde escrevo e relembro situações da vida, que várias das pessoas que compartilharam comigo também fazem parte. Hoje teria com certeza o orgulho dizendo de quem é a autoria, sempre se dizendo fá e admirador do seu trabalho, para Lya acho que nada é surpresa, nunca é tarde para ainda continuar a nossa própria obra. Muito já falei do drama dos desencontros humanos, um deles sendo aquela hora em que a gente se pronuncia a palavra que vai causar um tumulto, ou um pequeno arranhão, nos sentimentos de quem a gente não queria ferir. Anos depois, esse alguém nos interpela: “Lembra aquela vez em que você me disse isso? Pois até hoje me dói”. A gente reage: “Mas como? Quando? Eu nem uso essa palavra, e jamais te diria uma coisa dessas!” Tem também a hora em que devíamos nos abrir e falar, o outro precisando de colo, mas, tímidos ou desatentos, engolimos o que poderia ter feito um bem, evitado um dano – mas houve apenas silêncio. Nas duas ocasiões não por maldade. Foi porque a gente não sabia. Faz parte das dificuldades de se relacionar, seja entre amantes, pais e filhos, amigos, colegas, chefes e funcionários. Lya Luft - 12-11-2008

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