sábado, 26 de setembro de 2015

Minhas cartas -

Carta para Vânia Entre 1991 e 1992

Não sou muito bom com as palavras falando pessoalmente, e sabes quanto tu precisas desabafar, pois tem alguma coisa que está te sufocando? Depois de sexta-feira 13, parte I, veio o sábado e domingo parte II e então precisei colocar no papel. Por onde começar? Vou pelo início.
Talvez eu esteja tão surpreso ou talvez não querendo aceitar o que houve que sei lá. No começo fiquei confuso (mais do que eu já sou, pode?) e resolvi ir a fundo na situação.
Me perguntei:
- Nelson, e agora?
Ora, no momento em q1ue se tenta confiar numa pessoa e num dos melhores momentos que se passa do lado dela se leva mais uma "paulada" na cabeça a tendência é o fechamento, ou seja, a introspecção. Olha que confiar não é fácil.
Embora tu transmita uma insegurança, talvez a mesma eu transmita (por sermos muito mesmo, mas muito parecidos) eu gosto de estar ao teu lado, de te ver e de te sentir. Não posso demonstrar isso na frente das outras pessoas e talvez isto te incomode demais e acho que é esse o fator preponderante embora, tu não me cobrasse isto nenhuma vez. Olha, eu gostaria muito de te amar, me apaixonar perdidamente por ti, só que eu sou muito egoísta, tão egoísta que preciso de tempo para confiar, não é de dias e sim, talvez, alguns meses. Não posso me ligar em alguém que diz: "olha Nelson, a partir de hoje tu és só meu amigo". Do jeito que eu sou eu me perderia completamente em todos os sentidos, principalmente, minha identidade e isto eu não quero, pois não quero ferir ninguém. Hoje, tenho uma relação, amanhã eu não sei. E só tenho certeza de que hoje é ter o que eu quero.
Como vou descrever minha diferença ou indiferença na frente de outras pessoas? Não gosto de fazer comparativos, mas a resposta é a mesma que me levaram a ser demitido daquela empresa em 1983. Simplesmente eu não consigo ser o mesmo e te garanto que a tendência é o fechamento, o que para mim é natural. Existe uma diferença de 83 para 89 bem significativa que é o carinho, o amor, e o prazer que tu me destes e que pode estar certa não vou me esquecer jamais.
Para terminar, posso dizer que sou diferente, gostaria que tu me aceitasse como eu sou, diferente, cheio de contrastes, de medos, de projetos de vida, de esperança de amor e carinho. Adoro ver o sol e o calor porque posso tomar uma cerveja bem gelada e admiro a chuva e o frio porque combina com um vinho bem gelado. Amo a m´suíça e é o que importa.
Quanto a Vera, pensei muito, refleti, fui até o fundo do meu pensamento, me lembrei de vários momentos, procurei analisar os detalhes , parei. Resolvi beber e, novamente, antes de ficar sóbrio, coloquei no papel lo que sentia e pensava. comparei todas as sensações possíveis e descobri oque sentia. Pena de mim, por meus 29 anos não conseguia ver a atração que eu sinto por ela. Deve estar lá, já que consegues ver.
Não importa. Não vou me preocupar com o que não me interessa e me lembrei de 3 coisas importantes:
-De três sábados atrás, que liguei à empresa para saber como tu andavas.
- Do aniversário do Cauê.
- Das várias vezes que tu me convidou para tomar café na tua casa, lembras?

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