sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Três Lembranças da minha Juventude

Tento fazer a associação ao filme que se passa também na França-Paris e a única coisa que me faz lembrar são as cartas que eu tinha mania de escrever, ainda bem,porque me deixam muito presentes hoje em dia o que aconteceu naquela época com aqueles romances. Como um romance poderia sobreviver ao escrever de cartas, e ao amor sublime, aquele que nos enlouquece e faz a gente perder o chão. Gostaria que fossem as boas ou até mesmo as sem importância, as lembranças, quando sujei a roupa da vizinha, por exemplo, com uma fórmula mágica de produtos de tingir. Eles tinham que ter provas, mas não tinham, tinha sido eu mesmo, ou a questão do pé da cadeira que voou por cima da escola e atingiu um colega, sem intenção, coisa de doido, eu seria preso e nada do que eu disse me aliviaria a alma, depois paguei por aquilo com uma dor no peito, com o portão que meu amigo, o mesmo que me disse para não me acusar, deixou entrar no meu peito literalmente, numa brincadeira que me deixou muito mal de saúde. Mas as três foram momentos de insensatez. O primeiro na disputa por uma namorada com uma mulher, que me puxou uma faca e quase me fez perder a cabeça. A segunda, a briga que vitimou meus dois amigos, quando o alvo era eu mesmo, que fui embora antes da festa porque sabia que eles queriam me pegar e por fim, os brigadianos que me pegaram na rua de romance com uma saída de festa e ela se disse "de menor".
Tentei ter romances naquelas épocas, mas nenhum foi avassalador, somente na idade adulta a gente e se permite que isso aconteça, ou seja, como neste filme e no filme Respire, fica definido o tipo de sentimento que nos tira a alma e nos deixa no vale das sombras. mas isso só é possível perceber quem não tem o real domínio sobre a sua relação e do que ela envolve de fato e quais são as possibilidades do mesmo terminar em tragédia. Parecendo ou fazendo uma analogia ao filme, me pareceu que não tive nessa idade muitas coisas que pudesse fazer uma diferença vista pela fechadura, ou pela câmera da filmadora ou por fotografia, que quase não existia naquela época, embora as cartas contenham informações do que se passava em relação aos sentimentos da época e porque não se tentava uma evolução melhor em relação a um contato mais íntimo, mesmo sem compromisso, que era quase impossível para aquela época. Um trocar de olhar ou de aperto de mão era muito mais explorado naquela época porque trazia consigo já uma decisão do futuro, porque não existia celular e nem facebook, as decisões já deveriam acontecer como de imediato, para que pudesse evoluir de uma forma mais certa de que os interessados pudessem voltar a se encontrar novamente, não somente em festas que raramente aconteciam além dos aniversários.
Difícil mesmo é tentar transformar momentos importantes em apenas três lembranças que realmente  foram decisivas até para formação da personalidade e que nos mostraram como seria o comportamento que nos faria tomar decisões em virtude deles, como passar no vestibular, por exemplo. Quando escrevi meu primeiro livro, mas não o publiquei, imaginei exatamente esse sentimento, de deixar registrado como os fatos se passaram, já que eram muitos, e que não que ficassem marcados, mas como as pessoas se sentiram em relação a isso e o que poderiam resgatar das suas próprias vidas, ainda penso se farei a publicação do mesmo e se ele terá algum objetivo em relação comportamental e se isso um dia será contado por alguém e que se possa entender porque os fatos aconteceram daquela forma, naquela época.

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