sábado, 26 de março de 2016

Porto Alegre 244 anos

Não é a toa que o Blog tem na sua chamada o nome da cidade, carinhosamente abreviado, por medida de economia, foi chamado assim por uma loja que ainda existe no Rio de Janeiro, e que tinha o nome de NelsonRio, era uma loja de roupas, se não me engano, de lá para cá, adotei o nome e a assinatura, muito parecida, é a minha assinatura na carteira de identidade inclusive, um pouco de história não faz para mal para ninguém dali para frente, acabei usando num negócio de imóveis durante muito tempo, até que os compromissos não me permitiram fazer tudo ao mesmo tempo, mesmo que mal feito, mas temos o orgulho de termos sido o primeiro a implantar um site com os imóveis, inclusive com as fotos deles, foi algo que podemos nos orgulhar muito, era bastante amador, eu realmente não tinha tempo de criar uma ferramenta mais avançada, mais foi um mês de trabalho árduo para botar no ar e fazer acontecer.
Tenho um amigo poeta ao qual coloco a poesia embaixo desse texto, que retrata a nossa adolescência e juventude nas noites de Porto Alegre, muitas delas alcoolizados, andando de ônibus e atravessando a madrugada até mesmo no Último Horário ou no Bar Alaska. De lá para cá, as coisas mudaram muito, a Getúlio Vargas está irreconhecível, desde o Bar Um, O Bar Tigresa, A churrascaria Itabira e a saudosa Amoenda, o Bar do Dinos que nos acolheu em vários momentos da nossa vida e da nossa passagem por aqueles  entornos. Eu sempre digo que lugar que se come bem, muito e barato  é Porto Alegre, e já fiz peregrinações em vários locais, e o Centro Histórico poderia ser melhor desenvolvido, a cidade poderia já ter seu metrô há muito tempo, iria retirar das empresas de ônibus esse poder que tem em relação a tarifa, duvido que alguém que precisasse do metrô e ele passasse 5 quadras da sua casa iria pegar um ônibus. Mas isso é outra discussão, cada um tem a sua forma de analisar a situação e viver só de lucro acaba mesmo também dando prejuízo, e um dia esse jogo vai virar em favor do usuário. Só os idosos vão depender do transporte coletivo e então as bicicletas, carros elétricos e outros tipos de transporte vão ocupar as ruas da cidade e quem depende de trabalho vai fazê-lo perto da sua casa ou pela internet. Esses dias entrei sem querer num carnaval na Cidade Baixa, e o pior é que não conseguia sair dele, eu queria mesmo ir no Zaffari, que estava fechado, acho que a situação da crise que estamos vivendo atualmente vai acabar por cortando as verbas de tudo e nem sei se o baile da cidade vai rolar esse ano. Tudo requer investimentos e as obras que estavam paradas finalmente estão indo para frente, foi um dos maiores horrores que passamos durante esses últimos anos, mas o pior é que os engarrafamentos continuam, coisa assim é de se pensar. Paralisações, greves, momentos de grande estresse vivemos no trânsito e só queremos chegar em casa, o quanto antes para comer alguma coisa e ir dormir. Também sobre isso temos que pensar, os shows do R. Carlos, Amado Batista, Frejat, Roupa Nova, serão no Araújo Viana, tá louco meu?
Vejo uma cidade que ainda precisa amadurecer, precisa ser mais prática e ter mais tecnologia, ainda está muito na contra mão do tempo e não sei como isso vai acontecer sem o incentivo a que a iniciativa privada tome conta das possibilidade das coisas acontecerem, enquanto o Município e o Estado e a Federação ficam nos enrolando para nos dar migalhas, tudo muito ruim, mesmo assim, o povo faz a sua festa do jeito que dá. Esse meu blog retrata a minha vida em PoA, uma coisa muito doida, tudo que se passou nos últimos 40 anos mais ou menos, de como fui vivendo a cidade de dia e a noite, e tudo que aconteceu durante esse tempo todo, eu não me isolei no trabalho e não vi nada passar, pelo contrário, acompanhei a cidade em todos os horários possíveis, enquanto as pessoas gostavam da praia e de sair, coisa que eu também gosto, eu sempre gostei de ficar por aqui e respirar o clube de futebol, o bairro, mesmo que às vezes atravessava a cidade para ir a algum lugar que valesse a pena. com o tempo usei as pernas para poder apreciar melhor a cidade e as coisas que aconteciam na minha volta, depois comecei a usar o ônibus, chego a andar 14 vezes com ele durante o dia de tanto que quero estar em diversos lugares e voltar por outros lugares só para ver como está a cidade e o nossos olhos perante a ela, agora, mais do que antes, sinto medo e insegurança, não ando com nada que ostente qualquer coisa, já pensei em troca de celular por causa desse medo constante que tomou conta da gente, mesmo assim, ontem, na esquina de casa, me arrisquei a assistir um jogo num bar na Cidade Baixa, numa esquina que eu diria certamente perigosa até, por causa da expectativa do que vamos encontrar, acabou mesmo por faltar luz  quase no final do jogo, estava chovendo, o que deixou a rua ainda mais sinistra, fui embora, não tive medo, mas a sensação de insegurança, persiste.

E-Book de Sonhos

despido de lençóis
sob calor intenso
o sono me enlaça

em seguida
me carrega
para pátrias distantes

nelas sou imune
a todas as intempéries

onde amigos
desta & de outra vida
interagem

e viro personagem
protagonista de mim mesmo

sou proativo
destemido & confiante

breve ilusão onírica
a manhã retorna

e a vida
me chama de volta
incisiva & sem volteios

Ricardo Mainieri
Porto Alegre - RS

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