segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Fernanda

Eu já havia pedido para sair da Comissão, por uma questão simplesmente intuitiva e foi aceito de imediato, aquela história de ficar punindo não sei bem se era certo ou não e poderia me complicar mais ainda, mas quando ela entrou para fazer parte e eu ainda opinei sobre o papel dela, eu acabei não decidindo por mim, apenas achei que poderia servir melhor fora dali, aquele papel não era meu.
Mas quando chegou na sexta e minha amiga me disse que a gente iria almoçar com o grande grupo, não entendi o por que, não sei mesmo ela acabou por nos colocar numa outra situação, diferente do que a gente estava acostumado há tanto tempo. Acabei por não dizer nada e não fazer nenhuma referência aos acontecimentos, com certeza vamos acabar por nos dissociar dessas coisas que nos aproximaram.
A caminhada até o local, conversei bastante com meu colega que há horas anda criticando seu próprio relacionamento, querendo encontrar culpados, mas só existe um culpado e acabei por simplesmente vomitar em cima dele tudo o que me venho na cabeça na hora do que eu penso do pessoal dos cinquenta para cima e lhe disse que ele beije os pés da mulher que tem, por que ele está com manias, muitos manias, que elas aguentam por que não sabem do resto, do que ele esconde nos pensamentos, e são tantas manias e formas de pensamentos contrários, que eles tratam bem todas as outras, pela carência da casa, de não conseguir mais se aproximar, e de que quando ele se ver só, vai ver o quanto conservador ele se tornou durante todos esses anos e que ninguém mais vai conseguir ter uma união com ele pensando de maneira ultrapassada e que as mulheres hoje querem Homens modernos, na vanguarda, que sejam multitarefa, que eles ainda a cortejem e vejam nele um Companheiro e Amigo de todas as horas que possa até namorar e abraçar, logo, ele está fora, e vai correndo pedir para mulher para voltar e irá se rastejar aos seus pés pedindo por favor, a mulher, que já é livre por natureza, terá duas opções e eu prefiro aqui não dizer nenhuma delas.
Fui o último a sentar na mesa, só tinha um lugar, bem na frente dela, tomei um susto quando vi o que iria acontecer, eu já estava prevendo até olhar para ela assim, de longe, fazer um sinal até quem sabe, mas nunca poderia imaginar de sentar na frente, de ficar cara a cara, de pode olhar sem pena para o seu rosto, os seus olhos, seus cabelos e a sua boca. Eu estava anestesiado e também não sei como acabei deixando transparecer esses sentimentos assim, na frente de todos e como se não tivesse medo e tivesse apenas uma certeza, de que aquele era o momento que ela deveria saber que eu estava ali e não estava brincando, que era ela mesmo que eu queria e que ela já saberia a partir daquele momento que só faltaria acontecer a oportunidade.
Quanto ao resto, não espero que se transforme em novela, mas se todas as outras pessoas souberem que realmente aconteceu, talvez nunca mais me perdoe por isso.

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