sexta-feira, 29 de março de 2019

Em um hospital, o afeto está nos pequenos detalhes - baseado num texto de J.J. Camargo

Infelizmente hospital não é hotel, por isso que ninguém quer saber de ficar lá, a comida é ruim, a sopa rala, e o café...
Eu sei que na minha última passagem por um hospital de 2015, eu tinha a impressão que iria ficar por pouco tempo, quando a enfermeira me deu a entender que a noite seria longa, eu havia dito que tinha um compromisso e que ainda precisa pegar um ônibus para ir à Gravataí, já que estava no São Lucas. As enfermeiras riram e disseram que o meu romance teria que esperar porque eu iria dormir com elas, ou seja, num leito de UTI. Sem celular e com fone, esperando que às 6 da manhã me tirassem daquela masmorra, prefiro nem descrever a situação, foi ali, naquele momento, que o que mais me interessava era comer alguma coisa que me mostrasse que eu tinha uma vida pela frente, um pão, um sanduíche de pernil, ou uma coxa de galinha, a enfermeira foi boazinha comigo e deixou eu repetir o pão, havia sobrado de outro paciente. Quem tem um celular hoje em dia num momento desses está conectado com o mundo, o paciente precisa de uma razão para aceitar esse momento.

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