O grande silêncio da morte "

"Há coisas que fazem emergir o pior de alguns seres humanos, aprendi cedo com meu pai. Separação, sucesso, doença, morte e inventário. Já observei em casos de separação pessoas que um dia se amaram, tiveram sonhos e filhos, construíram uma vida, portando-se uma em relação à outra com raiva, rancor e até ódio, usando os filhos para se vingar, acusando de ações absurdas, com uma mesquinhez inacreditável em tempos normais. Já vi pessoas ricas brigando num inventário por um móvel velho (não antigo, velho mesmo), ao qual nunca deram atenção antes, ou buscando lograr uns aos outros. Já vi amizades ou relações profissionais terminadas quando um dos membros tem um sucesso ou nova felicidade. A esta altura da vida, já vi muitas coisas belas ou horrendas ou medíocres. Enfim, dizem, é a vida. Será?" Lya Luft Esse texto é o reflexo do meu eu, escrevi tanto e dissertei mais um pouco sobre a minha caminhada pós desapego das coisas como um todo, eu não tenho quase mais nada do que eu tinha, e agora apenas, aos poucos, estou recuperando o meu espaço, o meu caminho de volta, talvez por uma questão de arrependimento de todas as partes envolvidas, tudo isso que está escrito acima eu presenciei e eu vivi, não sei se ao certo como eu poderei ainda reverter tudo o que aconteceu, não que eu quisesse de volta a minha vida, mas eu dei a devida importância a um banho de chuveiro mágico, poderia ter ficado ali mais vezes, hoje eu apenas o coloquei a venda, sei o quanto é importante isso e como eu deveria ter dado o devido valor na hora certa para ele, e sei que ele um dia existiu, assim como aquele banho de piscina em Fortaleza, na cobertura daquele hotel que me fez em nunca mais voltar lá, porque o sacrifício é muito grande. Fui inventariante um dia, mas o mais importante hoje era ter a minha mãe com saúde e fazendo aquelas receitas que tanto ela escrevia e que se perderam na garagem que não sabemos se aquele túnel terá saída ou não. Fiquei doente e sei que uma doença não se cura sozinho, depende de médico, paciente e de hospital, a gente passa fome e dá o devido valor a uma sopa e a um pão com manteiga, mas isso não é o mais importante, tantas pessoas passam por situações muito piores, e que eu não possa julgar qualquer coisa, mas o desafio que Deus me colocou na proporção do que deveria acontecer é que ele não sabe porque eu preferi seguir por esse caminho, e o quanto eu deveria sofrer ou dar valor para que eu chegasse ao ponto em que ele achasse que eu poderia seguir o seu caminho sem uma materialização de qualquer bem. Eu tive sonhos e hoje, finalmente, eles começam a se realizar, eu queria escrever tudo o que se passou comigo, na minha vida, as opiniões e os grandes desafios pelo que passei e deixei a raiva que nunca tive e o rancor que nunca se apoderou de mim, não usei mais filho para me fazer sentir, eu sou apenas uma esperança para que as pessoas percebam o quanto temos a capacidade de nos substituir sem perder a nossa autonomia, nem na vida pessoa e nem no trabalho e quero ser lido e ser um sucesso não de venda e nem de público, quero ser um sucesso de razão e emoção, do que é ter esperança, de ver o belo, de conquistar novos horizontes, e de ter brilho no olhar e na capacidade de nos superar , de palavras como mediocridade e horrendas não representarem nada aos nossos olhos e nos nossos sentimentos, queremos o contrário, viver intensamente e mostrar que somos não uma referência, mas um portal de saída para uma possibilidade, de nos encontrar no espelho da alma e sorrir como contemplação de espírito, com Deus nos guiando, porque essa luz e essa energia, quando chamada, nos leva a aquilo que a gente jamais conseguir sozinho, de conseguir transpor e vivenciar a zona do inimaginável, onde somente uma força proporcional como a de Jesus em sua caminha pode nos oferecer, abrindo o caminho e despertando o nosso rumo junto aos que encontram paz e vontade, de realizar as coisas que devem ser feitas para que consigamos atravessar a nossa melhor esperança.