Sempre estivemos longe do Rio Guaíba porque
ele sempre representou perigo, suas tentações, seus buracos e quando esquenta
sempre tem os aventureiros que preferem desbravá-los de qualquer jeito. O nosso
Rio Guaíba é lindo quando da chegada, geralmente exaustos das viagens a trabalho ou a
passeio, ele nos recebe como se fosse de braços abertos como querendo sempre
nos mostrar o caminho para casa.
Uma vez no rio Jaguari, nadei nas
suas margens audaciosamente, sem conhece-la, coisa de gente nova, tinha uns 20 anos
naquela época, mas deu certo, cheguei a outra margem e voltei boiando.
Na noite, no carnaval, depois de uma
bebedeira, atravessando o rio para ir à barraca, no raso, tive uma dor de
barriga muito forte e tive que voltar pelado para barraca, segurando a roupa na
frente, foi um acaso e não por acaso, foi uma necessidade incontrolável.
Minha mãe dizia que vovô atravessava
o rio Caí a nado, era um excelente nadador, mas isso eu acharia um tanto perigoso e
não sei se teria tal capacidade de aproveitamento, são coisas que devemos
respeitar, o perigo que representa não só as suas margens, mas todo o seu
mistério.
Pessoas que respeitam a água como fator de perigo são as mais
evoluídas, mesmo quando bebem, porque sabem o que representa toda aquela imensidão
em forma de admiração e beleza, todo rio, sem exceção, tem esse poder de
observação e que nos acompanha quando estamos perto, seja qual for a forma que
nos aproximamos dele, por isso que as suas margens são espelhos d’água e que
nos reflete o que temos que ter em mente quando nos encorajamos a desafiá-lo,
ou seja, que tipo de envolvimento ele quer deixar passar para a pessoa que lhe
procura, pois ele também quer passar ensinamento e aprendizado para quem o
conquistar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, se você tiver coragem...