sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Minhas Mulheres


Maria Luiza era para ter sido a minha noiva. Eu a já considerava minha esposa. Eu a conheci numa festa na casa do meu irmão, que depois acabou se separando da mulher (uma linda morena que meus amigos de apelidaram de "a potranca" de tanto que elogiavam aquele monumento).

Mas Iza era uma mulher incrível e se apaixonou perdidamente por mim, e eu por ela, apenas por alguns detalhes, ela tinha dezesseis anos e eu 21, ela morava em Carazinho e eu morava em Porto Alegre.
A gente se correspondia por carta, a gente tinha apenas a lembrança daquela noite, do beijo, do abraço e do envolvimento imediato, da simetria, da afinidade, de tudo que a gente tinha para dar certo, eu poderia tentar eu fazer ser diferente, muito melhor.

Eu a visitei algumas vezes na cidade dela, levava vários presentes e a gente passava por vários momentos importantes, até a mãe dela ficava junto com a gente na sala olhando tv e a gente deitado no sofá, mas o problema é que ela não teve momento mais íntimos comigo, como uma noiva deveria ter, eu respeita muito ela, e não tinha essa de ficar, eu já me considerava casado, até o dia que no trabalho acabei por conhecer outra mulher, que não tinha nada a ver comigo, apenas que era um ano mais velha e acho que até virgem era e acabamos nos envolvendo de tanto que a gente saía junto, não era para ter acontecido aquele romance, porque apresentei essa nova mulher que havia conhecido para um grande amigo meu, que conseguiu um autógrafo do Mário Quintana para ela na rua da Praia, e ela de imediato se apaixonou por ele, eu mesmo não sabia que já estava gostando dela, mas obedeci ao destino e acabei aceitando que os dois acabassem por se conhecer melhor e até começassem a ter um relacionamento.

Depois de um carnaval no Clube do Professor Gaúcho tudo mudou de figura, meu amigo acabou conhecendo uma mulher linda, uma doçura, um topázio, uma delícia de mulher, que o fez inclusive a abandonar os amigos no meio da João Pessoa e ir para casa, castro, como se nada tivesse mais a fazer na terra do que procriar.

Ele acabou se separando da minha amiga, que com isso acabou se envolvendo comigo, ela morava sozinha com o irmão e isso foi muito triste para Luiza que não estava preparada para o que aconteceu. Depois de muitos anos, ela ainda continuava a me escrever cartas e desejar sempre o melhor para mim.

Lembro que uma vez, ela já estava casada, eu não resisti e fui até uma cidade do interior tentar falar com ela, numa agência do Banrisul, e ela estava casada com um gerente e quando me viu não acreditou, eu devia ter sido mais convincente e dizer que eu não aguentava mais de saudades dela, e que queria e precisa da companhia dela, porque aquilo tudo foi um grande erro e eu precisava recomeçar de novo. Mas isso certamente machucaria minha mulher como machucaria o marido dela, que tinha grande afeição por ela.

Depois de anos as cartas foram diminuindo e devido aos acontecimentos que se sucederam nas nossas vidas não nos encontramos mais.

Estivemos uma vez numa festa que ela veio porque eu insisti muito naquela questão da intimidade, porque não me saia da cabeça aquele corpo todo nas minhas mãos e querendo o melhor que eu não pude dar na época do noivado, não foi possível, ela estava menstruada.

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