sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Jovem desaparecida é encontrada concretada em churrasqueira na casa do ex-namorado, em Horizontina


Sempre queimei meu passado na churrasqueira, já falei isso uma vez, num dos meus textos que lanço por aqui, que os vizinhos do meu irmão uma vez chamaram os bombeiros, porque a fumaça que saia da churrasqueira dele era coisa séria, queimei até a foto da Rê, uma amiga muito querida, mas é que ela estava de vermelho e tinha feito aquilo para me provocar, assim como tantas outras, porque eu não gostava das artimanhas que ela fazia naquela época, da cotovelada que ela me deu na barriga, porque dormi no sofá da sala dela, enquanto ela conversava comigo. Depois disso ainda teve a história do perú de Natal, que eu havia me esquecido do que melhor ela tinha feito para mim, ela era uma mulher surpreendente mesmo, com pétalas e rosas me levando até à cama dela. O problema daquela mulher é que ela me deixou solto na Avenida e depois que a gente toma conta da liberdade, ninguém mais pega, por maior que seja o sentimento de romantismo e amor que existam entre duas pessoas. Ela só teve uma oportunidade de ficar comigo e não soube aproveitá-la, certa vez ela me viu com uma outra amiga num restaurante, me cumprimentou, mas não se aproximou, não quis saber e nem perguntar de onde havia saído aquele relacionamento, já que eu havia jurado amor eterno, antes de queimá-lo na churrasqueira e o fedor se exalar por toda vizinhança. Eu sempre tive um poder muito forte de tirar as mulheres da sala de espera e coloca-las no mundo, dar o verdadeiro valor a elas e saber fazer entender o que um Homem espera de uma mulher, elas sentiam poderosas.

Depois que consegui me livrar daquele relacionamento maldito, que me levou muito da minha personalidade, das entradas do meu rosto e dos meus cabelos brancos, eu fiquei vacinado se sabedor de que poderia ser o mesmo, e que nada mais me atingiria, de que eu era um inatingível, um superpoderoso e acabei me dando conta de outras coisas em relação a isso, de que eu não me relacionaria nunca mais um ex, por convicção e por tradição que eu mesmo me impunha, seria uma filosofia de vida e que está bem resolvida e determinada, gosto de todas elas, eu nunca poderia ser amiga delas, porque sempre representaram o meu melhor.

Era quarta-feira, eu vinha chegando em casa ali pelas 19:30, cansado, havia ainda passado no supermercado e estava pensando que poderia descansar uns dez minutos antes de ir à academia, quando chegando no segundo vão de escada, escutei a discussão e não acreditei, briga de marido e mulher, vizinhos, com criança presente que ficou quieta apenas escutando a discussão, o apartamento é pequeno, não tem muito como se esconder mesmo. Fiquei pensando que nunca briguei com minha mulher, primeiro porque raramente havia motivos para isso, eu era uma pessoa do bem, mas sempre tive amigas que criaram até cenas de ciúme por minha causa e coisa de doida mesmo, por causa do whisky, por causa da TPM e principalmente, por que passaram com os maridos anteriores, mas acho que situação ruim mesmo, é quando alguém quer deixar de ser a amante para ser a mulher de verdade, com quem se tem família se sociedade, quando o Homem mesmo pouco se importa com isso, até porque a mulher esposa é que se teve os filhos e a mulher mante é aquela a que se desenvolve tudo na parte íntima, a que vale a pena estar junto na intimidade, porque é com essa que a melhor parte transborda do Homem, pedaços de real beleza de relacionamento, mas que nem sempre acabam bem por causa da cobrança e de tudo aquilo que se esperava do relacionamento e que não vem acontecendo nos últimos anos de convivência, de não poder passar os Natais, feriados e datas importantes, mesmo que se tenham trocados juras de amor incondicional, tudo muito perdido em cômodas de areia que nunca deram praia.

O Homem que empareda a sua mulher, ou melhor, a sua ex-mulher, é porque perdeu a esperança, eu sei muito bem o que é isso, não é como não conseguir aceitar a perda, é um sentimento que se abre e não consegue mais encarar de frente, é o total desprovimento do que é real e do que é imaginário para uma relação, não deveria ser assim, é não estar preparado para perda de uma aceitação de que o relacionamento não está mais ao alcance, ou seja, de que não se terá mais como alcançar o elo perdido e se fosse possível, demorariam anos para se recuperar aquilo que a mulher já não tem mais interesse, cuspiu fora a relação, porque cansou sabe-se lá de tantas tentativas de fazer a relação mudar, ou até mesmo porque encontrou algo que valesse realmente à pena, é de fato, a não aceitação do óbvio, de que a relação chegou ao fim, não temo mais como continuar, por qualquer promessas que aconteça da parte dele, e o ato desesperado de pior do que não entender e não aceitar, a perda dolorida e irreparável de que não foi capaz de mudar por causa daquele amor incondicional.

Emparedar uma mulher é como esquartejar o namorado e coloca-lo em uma mala, atravessar a cidade com o defunto e jogá-lo no rio para não ser descoberta, outra é jogar num valão com lixo, dando sentido da podridão que era aquela relação. Os Homens precisam para evitar que qualquer coisa dessas aconteça precisa, necessariamente, contar a sua história, para depois queimá-la na churrasqueira até o ponto de chegar a dizer: foi melhor assim!

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