quarta-feira, 1 de julho de 2015

Desinteresse pelo trabalho na vida pública

A conversa surgiu na verdade do desinteresse que já estava tomando parte de um amigo que quando completou o período, suportou apenas dois meses mais de trabalho e retirou o time de campo, não quis mais continuar a brincar de funcionário público. Apesar dos insistentes apelos ele apenas disse que não agüentava mais e nem menos, já tinha decidido. Eu achava que era por causa da mulher nova, nem tão nova, mas enfim, era uma decisão sem volta. Ainda sem a publicação, já se mostrava crítico e incrédulo com o mundo que via lá fora. Agora, mais recentemente, um novo desinteresse, esse familiar, também na questão pública, só que ali muita bagagem, muita experiência, muita inteligência e muita idade, acima já dos sessenta, mais em plena atividade ainda, principalmente profissionalmente, mas que devido ao pouco interesse na sua pessoa como profissional, do pouco reconhecimento, de uma prática que não te leva de nada a lugar nenhum, decidiu que vai abandonar a área pública, ou se licenciar, como fizemos há muito atrás da carreira, para mudar de cargo, mas não sair da área pública. Sair da área pública, depois de muitos anos trabalhando nela é para quem tem inteligência e talento e é bom em alguma coisa que ninguém mais tem essa capacidade. Não a de sobreviver lá fora, mas sim se manter produtivo e podendo ganhar seu sustento de forma a equilibrar as finanças da família, que depois de muitos anos, são muitas. Ser funcionário público não é mole, muitos dedicam a sua carreira inteira voltada para um não reconhecimento, apenas galgados em FG´s, e visando sempre a tão sonhada aposentadoria, que quando chega a vez, não se sabe muito como se comportar fora dela, porque os riscos psicológicos são muito grandes, não se sabe o que pode acontecer . O ideal é continuar produtivo e se preparar ter o mesmo espírito de trabalho através de algum elemento novo. O meu conselho é, entre o público e o privado, o meio-termo, mas se tiver que escolher, adotar o que vai trazer mais felicidade e mais reconhecimento e com, no mínimo, o mesmo valor que ganhava + 50% da época antes de fazer a escolha. Só se aposenta na função pública, quem está realmente desgostoso, ou quem está com o pé de meia cheio, o que poucos tem durante todo o tempo trabalhado. Poucos conseguem chegar na função pública até a compulsória, porque além da questão financeira, tem a questão do que fazer para não ficar sem fazer nada, mas tem gente que quer sair, porque hoje acha mesmo que nem deveria ter entrado e que a perda de tempo foi muito grande. Nos parece que pelo que vimos de conceitos em relação a coisa pública, estamos cercados de medianos e que a mesma se sustenta, por não lhe é exigido nada além disso, a população é muito conservadora e de poucos princípios em relação a educação e ao tempo de evolução da respostas e do quanto de gastos e investimentos são realizados por pessoas que se forem de altíssimo conhecimento técnico e científico poderiam dar sendo muito mais eficazes do que Cc´s sem notório conhecimento de qualquer coisa, senão a locupletação através de uma indicação vinda de um parente, amigo ou sabe-se lá de quem. O tema é complexo, mas certamente não será foco de interesse de mudança pelo que temos visto na nossa política por aí.

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