terça-feira, 14 de julho de 2015

SOBRE O USO DO CARTÃO DE CRÉDITO

14 de julho de 2015 | N° 18226 SERVIÇOS FINANCEIROS Limite maior para uso do crédito consignado MEDIDA PROVISÓRIA AMPLIA de 30% para 35% o peso da parcela nodesconto em folha. Especialistas alertam para risco de endividamento O limite do crédito consignado, que é descontado diretamente no contracheque do trabalhador, aposentado ou pensionista, será ampliado de 30% para 35%, de acordo com medida provisória publicada ontem. Desse percentual, 5% terá de ser destinado exclusivamente para o pagamento de despesas com cartão de crédito. A alteração vai no caminho contrário ao adotado pelo Banco Central, que mantém a política monetária em modo restritivo, com o objetivo de conter a inflação. Em maio, a presidente Dilma Rousseff havia vetado aumento do limite do crédito consignado de 30% para 40% para evitar inadimplência. Na ocasião, a presidente argumentou que “sem a introdução de contrapartidas que ampliassem a proteção ao tomador do empréstimo, a medida proposta poderia acarretar um comprometimento da renda das famílias para além do desejável e de maneira incompatível com os princípios da atividade econômica”. A medida também permite que o desconto incida sobre verbas rescisórias devidas pelo empregador, se assim estiver previsto no contrato firmado com a instituição financeira. Os sindicatos poderão firmar com os bancos novo acordo sobre os empréstimos. Por terem as parcelas descontadas diretamente pelas empresas do salário dos funcionários ou dos benefícios de aposentados e pensionistas, as taxas de juros do crédito consignado são menores do que aquelas cobradas em outras modalidades de empréstimo. Para o diretor-executivo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade, Miguel de Oliveira, o lado positivo da medida é a ampliação de limite de uma linha de crédito que tem taxas de juro mais baixas. Por outro lado, com essa ampliação, sobra menos dinheiro para os consumidores pagarem outras despesas. – É uma linha de crédito que não se pode postergar o pagamento, porque vem descontado do salário. Se estiver com 35% comprometido, sobra 65% para todas as outras despesas. Amplia o endividamento das famílias e pode levar à inadimplência em outras áreas – alerta Oliveira. A NOVA REGRA COMO O PAGAMENTO DO CARTÃO SERÁ COMPROVADO? O texto da medida provisória (MP) não deixa claro como será feita a comprovação de que o valor de 5% a mais da parcela se destina ao pagamento de faturas em atraso ou de renegociação de divididas do cartão. Para o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Samy Dana, porém, como a MP sinaliza que cabe à instituição financeira fazer essa comprovação, o mais provável é que o cliente do cartão faça um empréstimo consignado para pagar essa dívida por meio da portabilidade bancária. QUAIS OS RISCOS DO CRÉDITO CONSIGNADO? Especialistas ressaltam que, apesar de ser ter juro menor do que outras opções de empréstimos pessoais, a taxa anual de 30% dessa linha é um custo considerável. E acrescentam que, ao comprometer 35% da renda (como permite a nova regra), o usuário da linha de crédito estará tirando 5% de sua receita mensal destinada, por exemplo, para comida, remédio ou aluguel. Apesar de parecer pouco, em curto espaço de tempo, ele voltará a necessitar de empréstimo para as contas do dia a dia. Além disso, os especialistas explicam que os 65% da renda que hoje são suficientes podem não ser nos próximos meses, já que os índices de inflação seguem em alta. ----------------------------------------------------------------------------------- Problema só com o idoso? A questão que envolve o cartão de crédito deveria ter uma intervenção do Banco Central imediatamente, pelo período da crise, pelo menos. A questão é que isso virou uma bola de neve muito grande e tem gente que não consegue pagar mesmo, porque ainda paga o mínimo, que é sempre perigoso. O cartão de crédito acabou virando moeda de uso porque a inflação estava baixa e ainda era suportável fazer algumas compras com ele, mas algumas operadoras começaram ainda a deixarem pagar luz, telefone e outros tributos com o cartão o que acabou apagando a luz de crédito de muita gente, que agora pagam valores exorbitantes de juros em relação a isso, mas são valores muito altos mesmo, que sustentariam qualquer família da classe menos favorecida. A saída do governo para isso, foi tentar com o 5% dar um respiradouro para os endividados elevando a sua sobrevida financeira, o que algumas comentaristas acham isso mais perigoso ainda. Enquanto o Banco Central não fizer uma intervenção nesses casos e criar alternativas reais para o controle dessa situação, todas as pessoas que estão em dificuldades financeiras não poderão mais usar esse dinheiro para benefício próprio, um dinheiro mal empregado e destinado para outros fins lucrativos e financeiros vindas das operadoras de cartão, que não estão nem aí para situação dos usuários.

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