segunda-feira, 13 de julho de 2015

Quando os pais brigam

Coragem de se comentar sobre esse passado que deveria mesmo é ser esquecido ou queimado na churrasqueira, junto com o resto do nosso lado obscuro. Nas discussões lá de casa, só existia um lado, o da mãe, e às vezes as visitas chegavam no meio da confusão e só me lembro a gente varrendo tudo para debaixo do tapete, que tinha uma cor amarelo ouro, mas era elegante para travar uma batalha de um só interesse, o dela. Todos irmãos que passaram por isso sempre tiveram a mesma linha nas discussões, até a hora que a gente recebia a resposta na mesma linha dura. Os filhos não sabem onde se meter nessa hora e esperam e rezam para que tudo dê certo. Eu fui o último que saí de casa, logo, o que aprendi mais sobre discussão em relação aos pais, de que os filhos deviam ser poupados disso, mas na realidade serve de experiência para todos, de como agir nesses casos com as experiências próprias. A minha forma de protestar era o silêncio, igual ao meu pai. Hoje a situação ultrapassou o limite da razão e da emoção e temos apenas que esperar que os filhos tenham muito disso na hora de discutir os assuntos que realmente valham a pena ser discutidos e que paciência e a tolerância são fundamentais para que a relação se conserve por mais tempo e a gente nem sabe quanto tempo é na verdade esse mais tempo. Só sei que medir palavras e conhecer o outro pelos olhos, pelos sinais é fator fundamental para preservar a relação. Na hora que se assume uma relação, deve se saber com quem está se metendo e que na hora do desgaste e das dúvidas, apareçam apenas aquelas certezas que haviam antes, na hora de firmarem o pacto de ficarem juntos, é isso que deve ser procurar preservar sempre.

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