quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Por trás daqueles beijos...

De todos relacionamentos amorosos, lembro do primeiro beijo de apenas 4. O da primeira namorada, Lú, na face, ou na bochecha, audacioso, o lugar, na rua, na frente de um mini mercado, a rua se chamava Gonçalves Dias, todos in Porto Alegre. Quase morri por causa daquela mulher, a namorada dela me apresentou uma faca ali na rua Botafogo, era uma doida e eu um idiota, naquela época era muito difícil conquistar um amor lésbico. Lúcia anos mais tarde teve um filho, nunca mais encontrei, nem em tempos de facebook. Lembro que minha mãe achava que ela do tipo drogada e rasgou uma carta que ela me enviou, isso mesmo, nem escondeu. Anos após, eu remexi nas coisas da mamãe e encontrei poucas cartas, de amor então, quase nenhuma. Dois anos depois, no portão de um vizinho, a Le me aceitou num pedido estranho, sei que beijei-a ali mesmo na rua Barbedo, entusiasmado, devia ter percebido na hora que ela tinha problema de hálito ruim, a terceira foi a minha própria mulher, se chamava Li, um beijo para lá de especial, ela estava com uma roupa rosa, que poderia ver as costas, esse tipo de coisa, já estava para acontecer há horas, foi na rua José de Alencar, depois daquele beijo nosso relacionamento de colegas nunca mais foi o mesmo, a empresa que a gente trabalhava tinha que trabalhar naquele relacionamento, mas eu não estava preparado nem emocionalmente e nem para ter uma relação daquele tipo, os tempos eram outros, mas nem sei até hoje porque eu não havia amadurecido antes. Se eu tivesse lido mais e me interessado melhor pelo universo feminino e pela forma como a gente deveria tratar os profissionais de trabalho, nunca deveria ter parado de ler nada, eu parei e não evoluí, foi só perdas e danos, eu tinha um futuro medíocre pela frente se não estudasse mais. Já mais tarde conheci numa festa de um amigo o melhor de todos os beijos que me lembro, Vitória, foi num estacionamento na Lima e Silva, um beijo com emoção, daqueles que te chama para a continuidade do relacionamento, a gente se viu envolvido em um turbilhão de emoções, não existia nada em comum com eles, tirando os pensamentos íntimos e a dança que ela havia aprendido muito bem com o ex marido, dançava até tango, coisa que eu nem penso em poder ensaiar. Por fim, ainda tive uma última namorada a qual surpreendeu-se com o beijo que lhe dei, ali no Pedrini da Venâncio Aires, ela nunca me disse, mas não beijava há muito tempo e nem se lembrava mais como era um relacionamento, viveu em uma outra época e havia terminado de hibernar, uns dez anos mais ou menos, uma mulher muito rígida, que deveria ser conquistada a cada dia como se fosse a primeira e talvez última vez, que tem paciência para isso? Só sei que foram vários relacionamentos e envolvimentos, mas a memória faz questão de lembrar realmente as que foram importantes e representaram um início de alguma coisa que merecia ser lembrado sempre. Porque não consigo lembrar do primeiro dos outros beijos dos outros relacionamentos? Me lembro um beijo num carro, mas não sei se foi o primeiro e como aconteceu direito, foi um beijo em que a mulher que eu estava disse que eu beijava muito bem, aquele beijo realmente foi maravilhoso, mas foi um erro dos maiores que a gente comete, o relacionamento não evoluiu, mas comprometeu muito as desconfianças que existam entre as pessoas que nos conheciam. São momentos que a emoção passa totalmente por cima da razão e nessa hora é necessária a intervenção suprema a fim de evitar que esse tipo de coisa possa atrapalhar várias conceitos e valores que temos na vida sobre amor, sexo e afinidades.

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