quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Leila Hackmann

Leila Hackmann faz parte de um tipo de mulher da qual conheci uma parte dela nos anos 80 e a outra parte no início do bug do milênio. Uma casou e teve filhas, a outra até onde me lembro ficou solteira, com suas personalidades características. Quando a conheci, pelos anos 80, tentei uma cantada numa festa, jogando charme e me fazendo de solteiro, bem empolgado que estava com toda aquela conversa mole, mas eu tinha naquela época um desafeto muito intrigante, o Jarden, que tinha uma séria implicância comigo, e era definitivamente comigo, talvez porque eu estava muito a frente da sua mesquinharia de funcionário público, eu queria ver o futuro e respirava possibilidades, tinha uma visão dos amigos do rei, coisa desse tipo. Ele não gostava de mim e era um debochado irônico nesse sentido, pois então, ele me entregou aquela noite, bêbado que estava para a Leila Hackmann, de que eu era casado e que a mulher dele não ia gostar disso ou coisa parecida, sei que no final da festa, pedi uma carona para ela, e me joguei em cima do carro, ela não pestanejou, arrancou o carro e se tivesse que me atirar ou passar o carro por cima, o teria feito sem qualquer tipo de remorso, teria me matado porque menti e queria ter um caso, ou romance com ela que estava caindo na minha lábia, que tinha futuro, etc... Encontrei-a a dos anos 80, na feira esses tempos, uma mulher casada com um simplório e ela ali, parecendo já estar acostumada aquela vida sem maiores alternativas de paixão avassaladora ou coisa parecida. Quando a vi passar, me lembrei daquela mentira e me arrependi de tê-la feito, ainda fui prejudicado, pois quando ela virou engenheira, assumiu uma vez um setor muito importante, numa fase que eu precisava apoio para resolver um procedimento que dependia da área de engenharia dela. Mas quando ela viu o nome, provavelmente deve ter usado o poder dela em relação a não fazer o que eu precisava para arrumar o meu caso, foi realmente, muito prejudicial. Menti outras vezes sob essa condição, isso é muito ruim e não acrescenta nada a uma situação que não vai se modificar nunca, na cabeça de alguns homens ainda existe um estirpe desajustada e possessiva que necessita conquistar mais e mais vezes a fim de satisfazer o seu ego. Depois percebi que existiam outras inúmeras formas de fazer isso, sem constranger quem quer que fosse. Talvez mesmo eu deveria ter sido honesto e ter pedido desculpas e dizer que, mesmo por todas as formas que houvesse de pedir desculpas, a falha já havia acontecido e eu nunca mais conseguiria apagar aquela imagem ruim que se criou, ela sempre acharia que eu estaria a fim dela, mas que era um cara em que não se poderia confiar, eu praticamente ainda a acusei de ter passado por mim, o que ela fez muito bem. Ela deve ter ficado muito incomodada anos comigo por causa daquela situação, só sei que Járden, mesmo por querer entrou na minha lista de desafetos ainda quando éramos bem novos... Depois, no bug do milênio, Leila Hackmann ficou alta e magra e se notabilizou pelo seu merchandising, e entre várias brigas e desentendimentos, em um estacionamento, ela arrancou o carro da mesma forma como nos anos 80 e me deixou ali pendurado, dessa vez apenas deixei a minha pasta em cima do carro, pois já sabia do que ela era capaz, e a retirei no momento certo, já sabendo do que iria acontecer se assim insistisse na carona que ela não deu. Não me lembro como fui para casa, nem sei se estava de carro, mas casado ou não, depois de algum tempo, as mulheres se interessam em serem apreciadas e cortejadas, para se sentirem vivas e na ilusão de que poderia um dia quem sabe ser diferente...

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