quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Gabriela Mistral x Roquete Pinto.

GABRIELA MISTRAL X ROQUETE PINTO


Gabriela Mistral foi a minha primeira escola, não sei onde fica, só sei que estudamos lá, ali para os lados da Santana/São Manoel. Lembro de uma roda e que fiquei de mãos dadas com a queridinha de todos, a que todos queriam “pegar” naquela época dos sete anos. E eu peguei mesmo, nas mãos dela, e não consegui olhar para o rosto da querida, tanto que nem me lembro dela. Me lembro que no 3º ano, já no Roquete Pinto, tive uma paixão avassaladora por uma menina chamada Denise, morava na Getúlio Vargas, era muito bonita e eu não tinha coragem de nada naquela época e nem sei o que ia dizer para ela, se ela falasse comigo alguma vez, acho que eu desmaiaria. Roque Pinto era a escola maldita, passei com 51 em Mortematemática, professora Amazilis, já havia ensinado o meu irmão, morava no mesmo lugar que eu morava, depois de casado. Foi uma decepção aquela nota, quase que rodei. Foi a primeira vez que fui expulso da sala de aula e o pai foi lá ver o que tinha acontecido. Naquela época eu  colecionava um álbum de figurinhas e descobriam que eu usava o troco do pão para comprar figurinhas, entre apanhar nos dedos e perder o álbum, resolvi perder o álbum,  não sei porque, foi uma decisão que me coube. Aquela escola, que hoje não existe mais, era uma terceirizada de uma outra, na qual terminei meu ensino fundamental, Presidente Roosevelt. Acho que quem ia para lá era o refugo, não sei qual era o critério, mas era pague para entrar e reze para sair. No recreio acontecia uma coisa inédita, os pequenos se escondiam na secretaria porque a gente nunca sabia o que poderia acontecer com os adultos, do tipo ter que ser obrigado a entrar para baixo da escola buscar a bola que caia lá, com um pequeno detalhe, lá embaixo estava cheio de água e barro, ratos e todo tipo de situação que um menino de 09 anos poderia imaginar. Só sei que nunca mais vi a Denise e muito menos a empregada que trabalhava lá em casa, que era o meu contato e possível cupido. Esses tempos encontrei um motorista de táxi que estudou naquela época Roquete Pinto, nem podemos imaginar o quanto nos lembramos daquela época, que o Ademir, colega de aula, ganhou, com seu desenho espetacular, a melhor bandeira do Brasil desenhada. Como prêmio, hasteou a bandeira quando da entrada na escola, semana da Pátria, época da ditadura. Aquilo realmente foi uma homenagem bacana. Dessas questões de cantar o hino, tinha uma agência da Caixa Econômica Federal, que fazia isso com seus funcionários, de arrepiar, todos funcionários, quando da abertura da agência, às 10h, ficavam todos na escada principal, enquanto as pessoas entravam, elas cantavam o hino, devem ter feito isso na semana Farroupilha também. Lembro que tinha um cabeça branca, um rapaz moço, que o sonho dele era ser aeromoço, comissário de bordo, pela Varig, realizou seu sonho, mas acho que o sonho dele hoje em dia caiu no mar, tantas as modificações que sofreram a aviação.
Naquela época aconteceram coisas inacreditáveis, que ficam guardados no fundo do nosso inconsciente e a gente não fazer questão de lembrar mesmo. Os aluno frequentadores do Roquete era como viver um Sonho e Liberdade, se livrando deles.

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