terça-feira, 14 de outubro de 2014

SOBRE OS DITADOS POPULARES

Cair como um patinho - Deixar-se iludir ou lograr ingenuamente; cair na conversa dos outros por inexperiência ou por acreditar piamente neles. O termo “pato” designa também indivíduo tolo, idiota. A ave possui um corpo impermeável, graças a bolsas de óleo localizadas perto da cauda. Dispõe de uma espécie de para-choque, um saco de ar no peito, que lhe permite atirar-se na água com a máxima velocidade sem machucar-se. Sendo palmípede, nada com rara destreza. Por isso, o seu hábitat predileto é a água. Em terra, o pato anda desengonçado, como se fosse perder o equilibro e a sustentação. Anda de cabeça alta, o que lhe dificulta a visão de buracos no seu caminho. Se pato adulto já é assim, no solo, sorte pior é a do patinho, pequeno, indefeso, inexperiente, caindo em qualquer declive ou buraco, no trajeto de um lago, local onde se torna exímio nadador, mesmo nos primeiros dias de vida. Quem se deixa lograr com tanta facilidade e com tamanha ingenuidade assemelha-se ao patinho em terra, nos tropeços e imprevistos em busca de água. Além disso, quem paga o pato é o individuo que sofre as consequências de atos de outras pessoas ou paga despesas alheias. Há, ainda, os que se metem de pato a ganso, sem as condições de assumir o que pretendem, fazendo o passo maior que as pernas e acabam também se dando mal. Ditado popular Segredo contado é logo espalhado. Se uma pessoa merece a nossa maior consideração e, por consequência, conquista a nossa total confiança, por força da estima que lhe dedicamos, com certeza, haverá outra pessoa que merecerá a dela pela mesma razão. A corrente de indivíduos ligados pela confiança e pela cumplicidade torna-se inevitavelmente progressiva. Assim, o segredo inicial, confiado a uma única pessoa, torna-se do conhecimento de muitas. Mais cedo ou mais tarde, deixa de ser segredo, já são tantos a quem foi “segredado”. Há ditado similar: Não há segredo que tarde ou cedo não seja revelado. Ver passarinho verde é frase antiga que denota a total submissão feminina. Na tradição popular, quem viu passarinho verde não consegue esconder o grande contentamento, fruto de mensagem amorosa. Na literatura antiga, há relatos em que pássaros verdes, como os periquitos, eram usados para levar bilhetes entre os noivos. Somente os moços podiam mandar recados. Jamais a iniciativa podia partir da moça. Seria leviana, oferecida. Cabia-lhe apenas esperar o bilhete, mesmo que o coração ardesse em paixão. Em nosso meio, ante o sorriso largo até as orelhas de uma mocinha faceira que, repentinamente, denuncia grande contentamento, os mais velhos lhe dirigem a pergunta que traz consigo quase uma exclamação: “Viu passarinho verde?!”. FONTE: Pesquisa elaborada pelo professor e escritor Ari Riboldi, da SMED.

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