sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Resposta a Crônica de P.S. no jornal Zero Hora escrita em 09/11/2009.

Eu sei aonde anda a empada dos teus sonhos P.S., eu sei, mas infelizmente não está em Porto Alegre, está com a minha mãe, levou-a consigo para o Céu, onde lá deve estar fazendo não só as empadas maravilhosas, mas os pastéis também, os croquetes, as pizzas, os bolinhos de carne, da língua com molho e outras iguarias que desenhava em suas receitas todos os dias pela manhã, vendo qualquer programa de culinária na televisão ou no rádio, de pronta estava ela , com caneta e papel em punho. Mas de que adiantam receitas se as mãos que fazem a massa e localizam o ponto certo, o fermento certo e a hora certa, com dedicação e amor, demonstravam na sua dedicação, provavelmente com alguma lágrima deveria temperar de alguma forma aqueles pratos deliciciosos, não nos presenteiam mais com todos esses manjares. E das inúmeras receitas que tinha de cabeça, os cachorrinhos P.S, os cahorrinhos eram de uma qualidade que qualquer padaria poderia atravessar os séculos sem atingir o padrão que somente as mãos dela sabiam fazê-lo. É ums frustração muito grande, como filho não ter a vocação para assim também fazê-lo, por mais tentativas e exepriências que a gente mesmo se permitisse. Me lembro do meu último aniversário, tanto lhe pedi a torta de rum P.S., aquela torta que nem sei como ela conseguia fazê-la com tanto sabor, com aquela maciez e com aquele perfume...me lembro que ela ainda me disse, que o aniversário será teu, mas a torta será de nozes, pois os convidados, como sempre, ficariam boquiabertos com aquela delícia de homenagem; infelizmente eu não gostava da torta de nozes, e assim como é hoje, que me contento com o pastél da rodoviária que, da minha mãe, apenas lembra o sobrenome, mais nada.

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