Viaduto Otávio Rocha é o retrato de uma Porto Alegre abandonada

É o retrato da crise institucional que vice, digo, vive o País, nada mais do que isso. Além da crise econômica, onde se parcela o pagamento do 13º dos funcionários municipais e estaduais de onde vai se tirar o dinheiro para implementar políticas públicas de combate a pobreza e a provação, que é o que acontece, uma verdadeira provação para essa gente, que vive em estado de miséria e obriga a todos que passam por ali a acompanhar diariamente essa realidade. Uma crise dessa dimensão não se esgota nela mesmo, acompanha vários momentos e situações, não só do viaduto da Borges, mas sim no estado de decadência dos professores e dos funcionários públicos que convivem com vários artifícios para não serem difamados por empresas e outros colegas que ainda estão numa situação melhor, ser cobrado por falta de pagamento e estrutura deixa qualquer um completamente fora de si, meu Deus aonde fomos parar? Eu passo pelo viaduto todos os dias praticamente, a situação é bem diferente do que tínhamos algum tempo atrás, mas o medo sempre esteve presente por ali, até uma determina hora é respeitável porque a presença de estranhos inibe atitudes mais agressivas de assaltantes e outros do gênero, ali perto tem um Zaffari, logo, até às 22h, ainda temos uma zona pacífica, e a necessidade de revitalização do Centro não passa por paradas de ônibus e gente atravancando as ruas, não tenho uma ideia de como seria, mas ponto turístico não serve e agora, com a situação envolvendo esse modelo atual e a crise existencial que vivem as pessoas endividadas, tudo acaba numa grande confusão, os ambulantes imigrantes que vendem artigos importados e souvenirs de todas as espécies e não temos capacidade de reclamar do poder público que está com as mãos amarradas e aguarda apenas a entrada em exercício que só se for mágico para construir um novo modelo com formas antigas e políticas antigas de governar com um sentido de realização e satisfação de todos como se um time fosse, mas parece que não é que vai acontecer e temo que o pior ainda está por vir.