A Poltrona Azul
Assim como
existia a Boate Azul, música cantada pela dupla sertaneja Bruno e Marrone, o
caso da Poltrona Azul, poderia até virar música mesmo. Pois a poltrona existia
por uma questão de dia dos pais, era realmente muito convidativa, ali ele
passou boa parte do tempo, nos filmes, no futebol, no verão e no inverno, os
sobrinhos também gostavam; era diferente das mais modernas que são praticamente
uma massagem, até com controle remoto. Quando saía à noite para jantares e
encontros com amigos, o que acontecia de fato era que o cachorro também ficava
no local, ele ficava indignado porque em vez de sair com ele para passear, ele
saía para outros lados, logo, ele ficava esperando ali, aproveitando o desfrute
da mesma. O mais impressionante é que o cachorro sabia que ele não gostava de vê-lo ali, e no barulho da chave da porta, tanto fazia, ele não se mexia dali antes dele falar as palavras máginas:"te manda"! Mesmo assim, ele rosnava...e saái caminhando, com as patas duras, em direção ao quarto da dona. Aquele cachorro não era desse mundo. Ele achava que teria que fazer um tratamento psicológico com aquele
cachorro, acho que como terapeuta eu deveria entender os problemas deles, já de
quem ele gostava mesmo, não queria nem saber de dar satisfação para ele,
tratava ele como cachorro mesmo.
Sei que depois
de muito tempo, existia a questão de separar o “modus operantes” das questões
de casa, ou seja, depois de tempos tempo longe da cadeira, e das suas coisas,
chegou a hora de buscar aquilo que realmente interessava, que fazia parte da
sua essência e entre elas: a poltrona azul? Não ! Essa foi informado a outra
parte de que não queria, mas que aceitava a doação da outra, aquela que era
valiosa para outra parte, de que tinha sido dado de presente e em outra
situação. Mas como fazer isso então? Foi pedido então a doação daquela, que não
era uma poltrona qualquer, era muito mais cara financeiramente do que a poltrona azul, digna de
uma marajá!
A outra parte
então, disse que só estava disponível a poltrona azul e que s não quisesse já
ia embora naquela hora mesmo, assim como quem estivesse dizendo exatamente
isso. Ele, insistente com a questão, apenas disse que: “- a poltrona azul” não!
Ela representava tudo de ruim também, que aconteceu com ele durante um período
de turbulência, representava uma luta perdida, uma causa destroçada, um
equívoco de uma vida, enfim, a coluna havia ficado ali mesmo, assim como o
resto das lembranças, era necessário fazer adaptações e durante muito tempo
assim fizemos, com um colchão e as devidas adaptações, poderia ter sido melhor.
Inesperadamente,
quando apareceram as coisas que realmente interessavam, qual a surpresa dele?
Veio a poltrona da marajá! Com mochinho! Uma batalha vencida despretensiosamente, do
tipo com o ele quer dizer: ele queria de volta aquilo que ela não merecia mais.
Gostaria que trazer de volta outras coisas como a aliança de brilhantes que foi
obtida por ele através de muita negociação muito grande e ainda que dispondo de muito pouco dinheiro naquela época, várias
pessoas envolvidas para fazer daquilo uma realidade. Enfim, as próprias coisas
da mãe dele ele gostaria de tê-las de volta.
Inexplicavelmente,
depois de algum tempo, andando na lotação, e visualizando a rua que estava indo
para casa, quando, no outro lado da rua, não credita no que via, a poltrona azul
exposta num brick perto de onde ela ficava, não acreditava mesmo, Ligou para o local e perguntou o preço: R$280,00
em três vezes no cartão. Esperou o tempo necessário, dois meses...e foi no lugar
e não deu outra, era a mesma poltrona, a mesma, com outra forração, e azul, não
do mesmo material, mas que mesmo assim, deixou-a muita parecida com aquela que
ele não queria daquela forma. Foi lá e comprou e como brinde ganhou o frete da
mesma, agora está com as duas poltronas, que ocupam um espaço desproporcional
face a história que ambas ocuparam na vida dele.
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