“Muito já falei do drama dos
desencontros humanos, um deles sendo aquela hora em que a gente pronuncia a
palavra que vai causar um tumulto, ou um pequeno arranhão, nos sentimentos de
quem a gente não queria ferir. Anos depois, esse alguém nos interpela; “Lembra
aquela vez em que você me disse isso?
Pois até hoje me dói”.
A gente reage: “Mas como? Quando?
Eu nem uso essa palavra, e jamais te diria uma coisa dessas!”.
Tem também a hora que devíamos
nos abrir e falar, o outro precisando de colo, mas, tímidos ou desatentos,
engolimos o que poderia ter feito um bem, evitando um dano – mas houve apenas
silêncio. Nas duas ocasiões não foi por maldade. Foi porque a gente não sabia.
Faz parte das dificuldades de se relacionar, seja entre amantes, pais e filhos,
amigos, colegas, chefes e funcionários”. Lya Luft
Nelsonpoa:
Parece que nossa família é movida
a sentimentos tipo 08 ou 80, ou a paixão é avassaladora ou é destruidora, e os
sentimentos se misturam e se confundem porque tudo é cercado de uma grande
nuvem que é a parte financeira, onde essa parte se comprime todo o resto fica
comprometido. No final a paixão acaba superando tudo e aquilo que parecia acabar
em confusão vira uma grande emoção e um reatamento de tudo que antes parecia
impossível. Quando a paixão é desfeita qualquer um de nós passa o rolo, o que
terminou já era, mesmo que não tenha terminado da forma correta, o amor
transcende a razão e tudo vai como se fosse uma cachoeira de lama, alguma coisa
sem sobrevive, num turbilhão de emoções, cansados de dizer a mesma coisa,
falamos de forma diferente para não ofendermos mais ninguém. Fico
pensando se é possível fazer uma análise, mesmo que abstrata do que se passa
depois que somos contaminados com a decisão já feita, de não voltarmos atrás.
As mulheres também têm o seu lado correto, usam a razão tanto que aquilo que
deveria ser uma alternativa de novo relacionamento, acaba passando por um
vestibular de tendências, ninguém quer se arriscar com o que não sabe. Quem já
veio de um relacionamento movido a manias e interesses, quando se depara com
uma nova metodologia de relação acaba se encontrando mesmo é numa grande
arapuca, a pessoa precisa, depois que se separa, por causa de outra mulher, ter
a certeza que aquilo é na verdade o que deveria ter acontecido antes do seu
relacionamento vigente, uma grande cachoeira de enganos. A idade, a experiência
e a razão contam muito nessa fase. O que Lya nos ensina é que temos que ser
mais vulneráveis em todos os nossos sentimentos familiares, de buscar uma nova
oportunidade e dar a chance que alguém queira se mostrar como sendo o velho
travestido de novo, não é para qualquer um.
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