quinta-feira, 6 de agosto de 2015

LUTO - O caso do pai de Charqueadas

Pai Herói, pai Presente, Pai Companheiro, Pai amigo e Pai parceiro. O filho que morre sabendo que o pai estava presente naquela hora, leva consigo apenas, na sua rápida imaginação, a estupidez de ter falhado por não ter se cuidado, e a tristeza quando é obrigado a dizer ao pai, que havia sido atingido, que não pode evitar a dor e o corte. Estavam juntos, no que foi certamente o pior momento das suas vidas. Tudo isso nos faz refletir sobre a tragédia desse momento. Precisamos rever as leis e os casos excepcionais não de pena de morte, mas de rever os tipos de crimes que são mais terríveis que as torturas, que o flagelo, que a fome, os crimes que ferem a nossa alma, durante o resto de nossas vidas, esses crimes merecem mesmo um artigo em separado do código penal. Todas essas vidas mutiladas e perdidas, desconsideradas por tentar achar a culpa talvez no álcool e nas drogas, que tanto corroem a nossa sociedade, por crimes de trânsito e selvagerias que até aqui continuam a ser levadas pela sociedade como crimes sem a intenção de matar. E como nada acontece, com o avanço das redes sociais e da tecnologia, ficamos sabendo de crime brutais e de verdadeiras ordens de transtorno da sociedade que ainda tem nas ruas seres violentos. Como as leis não mudam, acabamos por fim ter que assistir e presenciar crimes bárbaros e selvagens que poderiam ter acontecido na frente de qualquer pai, que acompanha seus filhos na noite para que tenham um retorno seguro para casa, onde as mães geralmente rezam pelo retorno deles. Eu acompanhei meu filho até os 23 anos nessa vida noturna, nas baladas, mas caronas, nas bebedeiras, nos descontroles e nas festinhas, sempre ia buscar, e não buscava somente um, busca geralmente uma tropa, eu não bebia porque sabia que ele sempre ligava para pedir que buscassem eles, eu nunca questionei nada sobre aquilo, só queria acompanhar de perto e tentar buscá-los e estar presente a fim de evitar tragédias como essa que aconteceu em Charqueadas. Já acompanhei passeata do menino que morreu numa festa perto do Beira Rio, por causa disso mesmo, de ser solidário nesses casos tão horríveis, não tem como continuar isso sem mudar as leis, sem criar a punição e sem fazer a educação tornar-se civilizada a todos esses que têm uma tendência a corromper o sistema. Já narrei aqui no blog uma situação muito parecida que aconteceu com meus amigos João e Wong, numa dessas festas de antigamente no extinto Caminho do Meio. Foi um dos momentos mais tristes que passamos na vida, todos saímos vivos, os pais nos acompanharam em tudo que aconteceu, desde aquela época, há mais de trinta anos, esses bandos ainda continuam freqüentando lugares públicos e tentando mostrar o poder de sua força através da violência, ferindo toda a sociedade, que chora a perda de seus entes queridos, isso um dia tem que mudar, para que mais vítimas inocentes não sejam perdidas e trancafiadas, devendo permanecer assim até que a sociedade consiga rever seus conceitos e valores de não querer mais ver seus filhos sendo discriminados por atitudes que cometeram porque não estavam preparados para conseguir um mínimo de dignidade que é viver como pessoas normais.

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