segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Estágio X trabalho

"Porta de entrada para o mercado de trabalho, o estágio é considerado parte importante da graduação, oportunidade de colocar em prática aquilo que se aprende em sala de aula. Sem a cobrança de um emprego formal, é ainda a chance de aprender, errando e acertando, e descobrir como é o ofício na área escolhida. Tudo, espera-se, sem atrapalhar os estudos." Essa questão do estágio é uma via de mão dupla. O tempo deveria contar para aposentadoria. Ah demais o estagiário deveria ter mais benefícios, Vale refeição, TRi, uma bolsa integrada com projetos de literatura, teatro e cinema, abono nas férias e no 13º duplicados. Deveria ser contratado somente para trabalhar por projeto, deveria receber avaliação constante e um fiscal de contrato, que também deveria ser cobrado pelo resultado final do estágio e se o objetivo foi atingido no final de topo processo, mas não é o que acontece e fica por isso mesmo. Muita pouca evolução nesses últimos trinta anos. Eu fui estagiário duas vezes. Quando tinha dezesseis anos, no extinto J.H. Santos, onde naquela época, eu trabalhava oito horas ou mais, ganhava hora extra, ganhava vale almoço, e trabalhava muito, e quando tinha 19, na Procergs, em um Projeto, já falei sobre aquela fase. Foi um estágio que não deveria ter acontecido, eu já era um cara sério, e as pessoas que trabalhavam ali, não gostavam de mim, gostavam do meu trabalho, nem os colegas gostavam de mim, a empresa e os trabalhos eram a-políticos, e o estagiário era tratado como um estranho. A primeira experiência foi emocionante, a segunda, um desastre, literalmente um fracasso, não tinha com não ser diferente. O ambiente era hostil, numa época que a informática estava engatinhando, nada era “on line”, mas foi uma oportunidade para ganhar uma grana e ter uma atividade, eu precisava mesmo era de uma oportunidade para trabalhar na minha área, mesmo como aprendiz, na Análise de Sistema, sendo subsidiado. Eu não era programador, porque não tinha talento para isso, mas eu poderia, se bem orientado, ser até uma peça fundamental em qualquer empresa daquele ramo. Hoje o estagiário trabalha no lugar de funcionário, e não recebe nada por isso, é lamentavelmente uma forma de dar lugar aos menos favorecidos e dar mais oportunidades aos jovens e as empresas que ainda recebem benefícios para isso, lucram em cima disso e dessa mão de obra barata. Tem lugares que trabalham com efetivo de mais de 70% só de estagiários, que eles não tem o conhecimento suficiente para, numa empresa pública, por exemplo, encontrar todos os desdobramentos das Leis e os atalhos para que os contribuintes possam ter conhecimento de como processo e benefícios do que funciona a Lei. Tem empresas que ainda fazem seleção e entrevistas para selecionar e pagar uma miséria. A Lei permite que o estagiário fiquei dois anos, poderia ficar todo tempo na escola ou da faculdade, mas isso, desde que cumpridas todas as questões já abordadas. Já ensinei e ajudei muitos estagiários, eles já até tomaram o meu lugar em algumas vezes, mas não gosto e não aceito da forma como essa fórmula de mão de obra é utilizada. Está muito longe de isso aqui virar uma coisa séria.

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