sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Ainda sobre o caso de Charqueadas

"Por Cid Martins
* Atualizada às 10h30
A Polícia Civil de Charqueadas concluiu nesta sexta-feira (28) o inquérito sobre o caso dojovem Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, 17 anos, espancado até a morte no início do mês (1) durante saída de festa na cidade. O delegado Rodrigo Reis indiciou por homicídio e três tentativas, entre outros crimes, nove adultos e responsabilizou sete adolescentes. Ele concedeu entrevista coletiva às 9h de hoje e solicitou à Justiça a prisão preventiva dos suspeitos que têm mais de 18 anos de idade.
Outro espancamento 
Além disso, a polícia confirmou que quatro dos envolvidos no assassinato de Ronei participaram do espancamento de outro jovem no mês de abril. Também foi em uma festa, usaram vidros e teve o mesmo motivo fútil, ou seja, o simples fato de serem de fora da cidade. Neste caso, a vítima e um amigo eram da Capital. Já Ronei estava com um casal de amigos de São Jerônimo.
Os envolvidos são de um “bonde” chamado Aba Reta. O delegado Reis conta que as vítimas deste grupo têm medo em registrar ocorrência e teve dificuldades para ouvir o jovem espancado e testemunhas do fato ocorrido há quatro meses. Em 2014, alguns dos envolvidos foram apontados por tentar invadir uma festa na cidade.
As pessoas podem procurar a polícia de Charqueadas pelo telefone 51 – 36587866.
Indiciamento
O indiciamento dos adultos – que estão no Presídio Central – será encaminhado hoje mesmo à Justiça e a representação dos adolescentes, todos já internados, será remetida na próxima segunda-feira. O delegado Reis concluiu o trabalho 27 dias após o fato e menciona no inquérito vários áudios que mostram os jovens se vangloriando de terem agredido Ronei. Entre os crimes relacionados aos autores, estão homicídio triplamente qualificado e três tentaivas por motivo fútil, emprego de meio cruel (vidros) e por dificultar a defesa da vítima, além de formação de bando.
Indiciados
Todos os nove adultos, entre 18 e 21 anos, e os adolescentes, entre 15 e 17 anos, negaram agressões a Ronei ou até mesmo que estiveram no local do crime. Alguns até confessaram que atiraram garrafas, mas não no adolescente. Todos são de classe e parte do grupo também já tinha antecedentes por tráfico de drogas, lesões corporais e ameaças. O delegado Reis também revelou trecho de outro áudio gravado por um dos presos.
“No áudio ele dizia que estava todo mundo agredindo, que houve socos e garrafadas. No final ele ainda falou: Bah! Foi muito tri”, destacou o policial.
É evidente que o bando se reúne para fazer o mal aos outros, não interessa como e porque, são jovens com educação estraçalhada desde cedo, que não tem princípios e são levados motivados pela questão do tráfico, seja de que maneira for, pois quem tem esse convívio sabe de alguma coisa e que mais cedo o mais tarde poderá sucumbir nesse meio, são discriminados, mas tem a sua força nesse espaço que cresce cada vez mais porque ele não é investigado, não é fiscalizado, não é intimidado e as penas são geralmente para menores, não tem cadeia para tanta gente e as medidas paliativas são para pessoas que não procuram mudar seu "status" social.
A questão que leva nome de bonde "ABa Reta" deve ter a ver com a sua origem e fundação e como funcionava, de arrastão para fora. Os pais perderam completamente o controle sobre os filhos e para quem eles trabalham, agora tem medo e acabam por respeitar os membros mais perigosos ou simplesmente se afastam. Pessoas que não poderão ser reaproveitadas na reciclagem da vida e como deverão se apresentar depois que cumprirem as penas, certamente estarão piores que com muito mais defeitos, ainda desempregados num mercado de trabalho completamente saturado para as pessoas normais. É difícil reverter esse episódio, mas ainda é possívelevitar que novos aconteçam. 
 
 

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