- A infidelidade diz que a relação, muitas vezes, não está bem. As pessoas estão mostrando que estão insatisfeitas, e, na maior parte dos casos, buscam envolvimento fora por não estarem sexualmente ou emocionalmente se sentindo bem na relação - afirma a doutora em psicologia e terapeuta de famílias e casais Patrícia Scheeren, uma das autoras do estudo.
Segundo Patrícia, enquanto as mulheres tendem a trair mais pela questão do desejo e do envolvimento emocional, os homens buscam a liberdade e a atração sexual por outra pessoa. A infidelidade, contudo, salienta a psicóloga, provoca crises conjugais e envolve sofrimento pela quebra da confiança e da intimidade.
- Nelsonpoa: A infidelidade pode vir como uma tentativa ou de "consertar a relação" ou de ver se realmente há amor pelo outro. Às vezes, ela é o início da caminhada para a separação - completa.
Manter um relacionamento que uma das partes gosta da outra, mas não gosta de sexo tanto quanto outro e que perdeu o desejo porque um dos parceiros é ruim de cama, ou não trata a mulher como ela deveria, ou a frequência é tão pequena que acaba um dos parceiros, para não deixar a mulher traumatizada arrumando até uma amante, porque a saída acaba sendo boa até o momento que deixa de ser importante e sendo um fazer de entraves, é hora de se livrar da relação de amantes, senão vai dar problema na alma, e tem o resto, os custos aumentam muito, acaba-se se investindo em duas famílias ao mesmo tempo, e tudo que é para ser divino maravilhoso, você acaba se metendo em tantos problemas que você sabe que uma hora alguém vai roer a corda, por incrível que pareça, você acaba tentando ajudar todo mundo e acaba se ralando mais do que todos.
A infidelidade pode vir como uma tentativa ou de "consertar a relação" ou de ver se realmente há amor pelo outro".
PATRÍCIA SCHEEREN
Doutora em psicologia e terapeuta de famílias e casais
Foi o que aconteceu com Viviane que, alguns anos após a traição, optou por dar fim ao casamento. Segundo a advogada, os anseios de sentir novamente as emoções de conquista e a curiosidade pelo novo podem ter colaborado para a relação vivida fora do matrimônio.
- Não sabemos ao certo de onde vem a insatisfação e o que podemos fazer para reverter isso. Ao passo que, se o parceiro não estiver nessa mesma frequência, sentindo os reflexos de um resfriamento da relação, apenas uma das partes sente o impulso de se jogar em situações extraconjugais - opina.
Nelsonpoa: Quando está conveniente para uma das partes, está tudo bem, não é possível que uma das partes não veja que a relação vai acabar em confusão. Bate uma emoção, bate uma paixão, pronto, se encerra a versão da cabeça fraca, porque é tomada de loucura e insensatez, joga até os filhos de lado para viver aquela doideira, tudo depende de cada um. O reflexo do resfriamento é uma síndrome que você escolheu mal e que agora, precisa virar o jogo de uma forma que a perda não seja tão grande para todos, isso é que torna o jogo interessante.
Para a psicanalista Gabriela Seben, é mais comum que a infidelidade aconteça quando há um desgaste na relação ou se algo não anda bem. Ela pode ser ocasionada pela insatisfação sexual de um dos cônjuges, a falta de admiração pelo outro ou até mesmo pela busca da autoestima, por exemplo.
- No entanto, separar-se é bem mais difícil, pois envolve uma série de fatores, como ajustes da vida financeira, a criação dos filhos e o luto que se vive ao término de um relacionamento, que pode ser bastante doloroso e traumático para alguns. É um desprendimento dos ideais projetados naquele casamento - explica.
Diante da impossibilidade ou da dificuldade em lidar com essas questões, muitas pessoas, lembra Gabriela, preferem viver uma vida dupla ou traem de forma efêmera.
Nelsonpoa: Viver uma vida dupla é para os fortes, ninguém suporta uma questão desse tipo, o Homem foi feito para ser casado, principalmente por alguém que goste dele, goste de sexo e tenha paixão pelas coisas que envolvem as afinidades. ´É fácil falar da vida dupla, que é um escape,, mas você tem que ter talento, para gostar primeiro de duas mulheres ao mesmo tempo, de ter duas casas, quando às vezes vai até confundir onde você está, e que você deverá ser bom motorista e ter um fôlego daqueles, de superar as várias necessidades que elas necessitam, é tudo uma grande confusão.
Até que a morte os separe?
Há quem mantenha o casamento ainda por questões de cunho social ou pela crença de que a relação deve ser até que "a morte os separe". É o que salienta a psicóloga e terapeuta de casais Ana Paula Oliveira Freitas.
- Será necessário comunicar à família, aos filhos, aos amigos. Isso envolve um redimensionamento de uns aspectos da identidade também - avalia.
Outros casais, já separados dentro de casa, mantêm relacionamentos considerados extraconjugais pela questão financeira. Além disso, a chegada dos
filhos também pode ser determinante no ciclo vital da família, uma vez que envolve toda uma organização para atender às necessidades do bebê.
- Muitos homens se sentem preteridos. E de fato, por um determinado momento, são, pois é preciso dar conta dos cuidados com o bebê. Se o casal já não tinha uma relação leal antes da chegada dos filhos, a tendência é que esse afastamento seja ainda maior - avalia a psicóloga.
Nelsonpoa: Tudo depende de com quem você escolheu e qual o perfil da pessoa, ou seja, se você ainda tem condições de estabelecer as preferências para não se arrepender depois é o que vale, você deve conhecer muito bem a pessoa com quem vai se meter para saber na verdade no que vai dar.
Limites do que se julga aceitável e respeitoso
Claro que o casamento muda ao longo do tempo, e o casal precisa evoluir conforme as demandas de cada etapa. Há, contudo, quem não consiga acompanhar e lidar com as frustrações inerentes ao relacionamento e, em vez de dialogar, acaba por trair.
- Algumas pessoas têm receio de uma entrega, sentem-se capturadas pelo outro e ficam com medo de permanecer permanentemente preso a este relacionamento. Dessa forma, acabam buscando um terceiro para não se sentirem ameaçados - destaca a psicóloga e terapeuta de casais Cláudia Haetinger.
O medo de ficar sozinha e não ter para onde ir com os filhos pesaram na decisão de Carolina*, 50 anos, em permanecer casada após a traição por parte dos dois lados.
- Acredito que o medo e a insegurança mantêm muitos relacionamentos - resume.
Todos buscam o "companheiro perfeito", que seja desde alguém com afinidades até um bom parceiro sexual. Mas encontrar todos esses atributos em uma pessoa nem sempre é fácil. A psicanalista Gabriela Seben lembra que uma boa relação consiste em respeito e consideração. Ou seja, cada casal deve estabelecer os limites do que julga aceitável e respeitoso.
- É preciso tolerar frustrações na medida do que se considera tolerável. Esse é um caminho possível para estabelecer relações estáveis em que os cônjuges possam se desenvolver pessoalmente e crescer juntos - aconselha.
Nelsonpoa: Dissertar sobre tudo isso é apenas jogar no vazio, cada um pessoa tem a sua característica de relação e desejo, você pode se entregar por vários motivos, mas se você não usar a cabeça e for pela emoção, pode se tornar um dependente por muito tempo, até você dizer que chega e pegar a primeira perua que aparecer na rua. O companheiro perfeito existe, mas você tem que procurar muito e fazer uma avaliação tão séria que poderia ser um concurso de medicina em que você deverá passar por uma prova de fogo onde só vai valer ficar a pena se você encontrar aquilo que julga importante na pessoa que você quer para ficar com você durante muito tempo. Você precisa ser honesto e sincero e pedir apoio de Deus, que vai vir ao seu encontro se você pensa em modelo, convivência familiar e até mesmo a cumplicidade tão desejada, que é o que une os casais. Respeito em primeiro lugar!
* Os nomes foram trocados a pedido das entrevistadas.
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