terça-feira, 19 de maio de 2015

Um romance sem sentido

Está para chegar por aqui o filme “Carol”, romance lésbico com a não menos consagrada Cate Blanchet, que atualmente o mesmo está sendo mostrado em Cannes. Adoro essa atriz, principalmente o último Blue Jasmine, onde ela recebeu o Oscar de melhor atriz pelo desempenho de seu papel, num filme de Woody Allen. Esse filme me faz lembrar da minha primeira namorada e a experiência lésbica que teve, foi lá pelos anos de 1980, eu me lembro que iniciamos um romance em 1977, eu estava no terceiro ano colegial e ela estava no primeiro, eram tri-gêmeas, meu amigo namorava uma delas. E depois do primeiro beijo no rosto, vieram outros vários encontros, era uma época que não se falava de camisinha, mas se falava em gravidez e comprimido e aquele romance só não deu certo porque eu não tinha dinheiro para um motel e eu queria mesmo era um namoro, ela queria que eu comprasse os comprimidos e a coisa não evoluiu, e durante um mês a coisa ficou assim, o vestibular foi para o espaço, por que a testosterona estava a mil. Como aquela situação não evoluiu para uma relação sexual, e não tinha outros atrativos, acabei saindo fora, e não me lembro se me despedi, mas fiquei sabendo dois anos depois, que nem uma namorada aparecia na minha carreira, de que a ex-namorada estava de romance com uma mulher. Sabedor daquela situação, ingenuamente, fui salvá-la daquele romance, pensando que eu ia me dar bem e voltaria para o meu romance de dois anos atrás. Só que tudo havia mudado, até o jeito de beijar já não era mais o mesmo, eu fiquei surpreso com o beijo de língua que ela me deu quando aceitou namorar de volta comigo. Como não rolava cama comigo, ela acabou continuando com a amiga, mas ela sabia que aquilo não ia acabar durando muito e acabou se metendo na briga pelo páreo. Minha amiga Lúcia, mesmo querendo voltar comigo, provavelmente acabou aceitando as condições e ameaças da amiga, que inclusive naquela época me ameaçou, me perseguiu, me intimidou, caso eu continuasse a vê-la e eu mesmo acabei achando aquela situação muito arriscada e saí fora. A mãe achava que elas eram todas drogadas e enfeitiçadas, inclusive confiscou uma carta da Lúcia para mim, que contava toda a situação que ela estava passando e tudo o que aconteceu, provavelmente me dizendo porque depois ainda encontrei as duas numa lancheria dentro de um super-mercado. Essas paixões entre mulheres são tão avassaladoras como o relacionamento Homem e Mulher, eu diria que a intensidade tem os mesmos sinais e amplitudes, mas com aspectos diferentes, entregas diferentes e motivos diferentes, nunca aceitei aquilo que aconteceu, e sempre achei que não era normal aquele tipo de reação da minha ex-namorada. Depois de muito tempo, fiquei sabendo que ela teve filho e continuou a sua vida normalmente, como qualquer relacionamento comum deveria ser, de que a frustração do primeiro romance, primeiro do que não aconteceu, ganhou apoio numa amiga incondicional, que lhe ensinou o aprendizado sexual da época, mas não lhe tirou o cenário final de uma relação entre um Homem e uma Mulher.

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