segunda-feira, 4 de maio de 2015

CONVERSA SÉRIA - PARTE II

De: C Enviado: terça-feira, 7 de abril de 2015 10:03 Para: N “Mas é exatamente isso que tem pesado. Será que não é muito desperdício de vida esperar só pelo final de semana para ter prazer, para ser feliz? Eu estou convencida de que o serviço público não vai me trazer satisfação. Pode me dar conforto econômico, mas prazer, satisfação profissional...” Resposta: Teve uma época, do Barranco, que me reunia com meu amigo uma vez por mês, no mínimo, com a outra direção de seis em seis meses, mas tínhamos contatos por e-mail, que a gente conversava sobre o trabalho, debatia, trocava idéias, queria o melhor, contava a situação aqui e ali. Hoje não penso mais nisso e estou preocupado com outras coisas, os interésses hoje são outros mesmo, mas continuo fazendo o meu melhor aqui e se não gostasse eu iria para onde que me quisessem...eu tenho o meu passe (praticamente falando, nessa altura do campeonato). Só sobrei eu da nossa diretoria e o Alvarenga que até nem foi no último encontro, nem sei o que ele pensa sobre a decisão do pessoal de sair. A gente se reunia seguidamente na caverna. Meu amigo esse, depois que arrumou a mulher dele atual, raramente nos falamos, nem por e-mail, ele tinha medo também que vazasse alguma coisa do nosso outro lado, do que não aparecia nos anais, ele gosta da mulher mesmo, preferiu não arriscar mais, eu sei muito bem do que ele está falando. Então, eu entendo como é isso, mesmo nos momentos difíceis eu apoio, sei como são os relacionamentos, tu também vai ter essa fase, de ter que priorizar algumas coisas, eu priorizava quase tudo, não me arrependo, gosto de ver o outro lado da coisa, mesmo que às vezes a gente se arrisque demais, o importante é não ter medo e conhecer o outro lado do buraco. Isso na verdade é apenas uma opinião, teria que ver como as outras pessoas pensam, a Sandrinha, por exemplo, também não quis nem saber, na primeira deixa, se aposentou e se mandou, não quis mais saber, vai cuidar da filha, que já está entrando na fase da adolescência, eu tenho minhas dúvidas sobre esse envolvimento, enfim, são decisões que a gente toma, essa de ficar sozinha, que não se sabe se vai ou não funcionar mais tarde. De: C Enviado: terça-feira, 7 de abril de 2015 13:57 Para: N Assunto: RES: Salve “pois então... Tenho sentido vontade de abandonar tudo e com muita frequência. Um pouco é medo de não dar conta, outro de não gostar do trabalho, insatisfação profissional, pessoal... Momentos. Espero que esse momento passe logo e eu consiga clarear as idéias, sossegar o coração e meter o pé na tábua para o que de fato interessa.” De: N Enviado: terça-feira, 7 de abril de 2015 14:32 Para: C Assunto: RES: Salve Realmente não sei de onde sai esse teu medo, deve ser do fundo da alma, sei lá! Eu conheço mulheres e conheço mulheres, sei dos seus medos, desejos e aspirações, sei que as mulheres têm medo de ficarem sozinhas, eu nunca dei a devida importância a isso, até que vi o quanto isso realmente é importante, aprendi a entender e explicar muitas vezes que ficar só quer dizer ficar com a gente mesmo, é se aguentar. O problema é não ter com quem dividir...mas conheço mulheres que depois dos anos, deixaram os homens pendurados no pincel, ou seja, não querem mais nem saber de conviver com o vivente, acho que são casos isolados, ainda continuam juntos, mas não trocam uma só palavra, eles acaba virando motoristas tipo conduzindo Miss Daisy para não perder a companhia, que não está nem aí para eles. Conheço mulheres, perdidas, que tentaram se encontrar, batalhadoras, trabalhadoras, mães maravilhosas, que ficaram doentes também e eu as acompanhei de perto algumas vezes, no Hospital, na cirurgia e tal, viam a vida como se fosse uma batalha entre o pon e imponderável, de que se julgar perdedora no contexto de ter a vida roubada, tudo uma neuras de quem quer tudo e não aceita nada pela metade e prefere então abdicar de tudo. Ninguém é obrigado a gostar do trabalho, o pai foi telegrafista e eu fui digitador (profissões semelhantes). Eu fiz muito curso no meu trabalho na área de RH principalmente, agüentei até curso na época do Mercado Público e aquele cheiro de peixe e a professora pedindo para o aluno ir lavar o rosto, não podia dormir na aula dela, Vera Brasil, que professora, uma mulher que tinha o trabalho como o seu entusiasmo. Ser digitador é ser um copiador, muita gente era, eu fui durante muito tempo, me garantiu uma renda extra durante muito tempo, tenho tantas histórias dessa época. Só quero te dizer que era um trabalho massacrante, os olhos e o regime de trabalho eram perversos. Logo, não é mole para ninguém. Para abandonar tudo tem que ter um motivo muito bom, por exemplo, uma proposta...daí tu pode entender o que tu quiser. Eu prefiro que tu possa clarear as idéias a gente conversando, tenho histórias de conhecidas também que não terminaram bem, coisas que a gente não está preparado e é pego de surpresa, isso é que dói, a gente ser pego de surpresa e não poder fazer nada, isso sim é complicado. De qualquer maneira, se tu acha que alguma coisa tem que mudar, te aconselha com alguém da tua extrema confiança, que só pense no teu bem e que queira te ver feliz dentro das possibilidades e que a situação permite, não vou te encher de elogios porque falta algo que está te inquietando, ainda acho que o teu trabalho atual não é o problema, talvez ainda seja a solução, como eu queria ter uma CC, ser Assessor, ser diretor, quase cheguei lá, fazer a diferença, mas não rolou. Estou aqui e tocando em frente, com a cabeça erguida.

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