terça-feira, 19 de maio de 2015

Só se cura um grande amor com outro amor

Teoria simplista, esses dias acabei despretensiosamente assistindo ao filme Violette, pelos idos dos anos XX, que tratava de como a escritora Violette Leduc, escrevia sobre a sua intimidade, mas melhor do que isso, do que pulsava nas suas veias em relação aos relacionamentos. O Filme para as feministas é um prato cheio, muito bacana mesmo e com um tipo de linguagem que não deixa a desejar em nada sobre os reais sentimentos que se debatiam sobre a escritora e todas as fases de sua vida, da pobreza, até chegar ao reconhecimento do sucesso. Inspirada e incentivada pela sua amiga, que parecia no filme mais uma exploradora, também escritora e filósofa Simone de Beauvior, que a encorajava a falar de sua intimidade e de seus medos abertamente, numa época em que tudo dependia de que se ia passar na censura. Essa teoria não fazia parte da sua vida, ela tentou se relacionar com todos tipo de pessoas, homens casados, solteiros, pedreiros, mulheres, e a sua carência não lhe era impeditivo de testar e descobrir a sua sexualidade de forma mais profunda, com qualquer pessoa que quisesse manter um relacionamento com ela, mas o filme nunca levou essa situação para o lado da promiscuidade, apenas retratava as experiências que ela tinha e como colocava isso nos livros que escrevia. Uma de suas obras, pela extensão que foi colocada para apreciação, mais de mil páginas, escritas a mão, grande parte dela teve que ser reescrita, por que estava muito além dos padrões de aceitação para época. No filme, os textos lidos e descritos era de uma profundidade emocional da escritora impressionante, da forma como sentia a sua idealização na forma espiritual e plural sobre os sentimentos que tinham e tinha que botá-los para fora mais e mais, intensamente. Acabou continuando a escrever numa casa que acabou comprando porque era seu desejo, de encontrar um lugar em que pudesse escrever tudo aquilo que pensava e sentia sobre a sua intimidade.

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