sexta-feira, 22 de maio de 2015

Eu ainda quero comprar aquela carta

-Eu ainda quero comprar aquela carta -Sou péssimo ator, eu as destruí. -Não devia ter feito isso, faz parte da tua história -A história é escrita pelos vencedores. -E quem são eles? -Tão ruins quanto eu, só que eles não sabem disso. - Eu só escrevi porque a história é doida demais e eu preciso ter fluxo de caixa para pagar os fornecedores. Tem mais dois livros a caminho - Terei uma noite de folga, futebol, filmes e soneca. Um fim de semana livre de tudo. Na verdade o clima já não estava muito bom, filho e neto em casa, então veio o filme e fiz uma pergunta descabida: se ela se identificava com o personagem principal, aquela me pergunta me remeteu ao filme do Hugh Grant com a Júlia Roberts, Um lugar chamado Notting Hill(só quem viu o filme pode saber do que estou falando). Sei que ela fechou a cara e a vagina e me destapou a noite toda. Tu acha que cabe resposta? -Cabe ter uma saída estratégica de cena para evitar vais da platéia, não precisas disso. - Pois então, essa situação não acontecia desde janeiro, e eu não gosto de me sentir frustrado, porque me sacrifiquei para ir até a casa dela, tirei filme da locadora, para ela ainda se irritar, comigo não funciona assim. Vou sair de cena por uns tempos e ainda vou dizer o porquê, que aquele banho de chuva que tomei ao meio dia, 3 pancadas em uma, me ajudaram a ver as coisas mais claras, me limpou as idéias... - Tem uma hora que é melhor o homem ficar só Pois por aqui ela pirou às 5 da manhã, me apalpou e fomos para o combate, talvez por causa da transloucada do ap de baixo que ontem recebeu o “comedor de ovelhas” e acabou por gemer no ato, Fazia tempo que ele não aparecia no pedaço. Por causa disso estou com o joelho muito ruim. -Então, bem vindo ao clube dos joelhos, o meu só com gelo. A CC não transava de manhã. A Vica está morado no ES e é dela que tenho as melhores lembranças dessas horas. Se não fosse pelo que aconteceu no Cemitério São José, aquela vez, eu poderia continuar a ouvir os gritos dela de vez em quando, talvez até gravar e filmar para poder levar para a eternidade. Essa minha só geme com o dedo, sem condições! Mas tem outra coisa que deixam qualquer um louco, quando elas falam “coisas” no nosso ouvido, Lembra da Bruninha? - A minha ficou um tempo sem falar comigo, desde o último jogo, pensei que era por causa do jogo mesmo, mas bateu na mesma tecla de sempre, que sou distante... -Distante do quê? Mas a minha melhorou muito, depois de tantos desentendimentos e até brigas, que se arrastaram por muito tempo, melhorou muito mesmo, faz meditação transcedental agora, ainda acho que ela pensa no ex-dela, quando transa comigo, mas mesmo assim, na cama, só quer saber de revirar os olhinhos e enfiando aquele abundância na minha cara.. - A minha tem recaídas, quer romance de mãos dadas... -Mas acho que ela é normal, todas querem isso, eu tive uma fase que cheguei a sonhar com isso, depois vi que aquilo não era uma coisa de uma pessoa normal, mas eu achava que era normal, coisa de doido, todas querem, nós queremos é andar de mãos com uma guriazinha nova, bonita e “meiga” que diga coisinhas no nosso ouvido...mas ela quer por um anel no dedo... - Mas ela não é mais guriazinha, nem eu...A gente já fez de manhã, tarde, noite e madrugada, saudade da Bruninha...outros tempos... - eu lembro de vez em quando, um perigo se apaixonar por uma mulher da noite, o Rildo e o Sadã que o digam, por quantas eles não se apaixonaram? Teve uma que uma vez me disse que era a última vez que a via, iria morar com um cara, ia deixar aquela vida, queria virar esposa, cansou... Sei que uma vez no passado, essa mulher passou seis meses me ligando todos os dias. Eu não atendia, acabei tento um romance numa das noites desproporcional ao que era para acontecer, eu estava meio doido aquela noite, foi no carro, ela devia ter uns dezoito anos, eu uns quase quarenta, ela tinha olhos verdes e uma silhueta que não tem como definir aquela estereótipo de mulher... talvez só com memórias. - O Rildo pela Camila, elas desaparecem por um tempo, depois voltam. É uma boa lembrança, nunca tive nada assim. - Essa nunca voltou mesmo, o cara fez promessa, ela sabia tudo, como encantar um homem, ela tinha seus artifícios, várias vezes voltei ao local, nunca mais, hoje quando volto do estádio ainda passo por ali e ainda procuro por ela na rua, no cinema, no Posto de Gasolina. Mas aquelas ligações me meteram medo, o medo que temos até hoje em dia, e a maioria tem, de sermos descobertos e termos que dar explicação até para o porteiro do prédio, falando nisso, tenho uma para te contar do nosso porteiro do prédio, que trabalhava com um facão, pois ele às me pedia dinheiro emprestado, só sei que ele era Negro, boa gente, me pagava, mas depois pedia novamente, belo dia ele saiu do trabalho e foi atropelado, sei lá por quem, parece que foi perto do postão da Vila Cruzeiro. Sei que ele estava no Hospital, na UTI, sei que perguntei para o síndico a situação dele, disse que estava internado, naquele estado. Só sei que estive lá no HPS, para visitá-lo, tem coisas que vem sei lá de onde, das missões que eu deveria fazer, chegando lá o cara estava todo entubado, mal conseguia abrir o olho e não sei se conseguiu saber que eu estava ali. Eu sei que peguei na mão dele e conversei com ele durante uma meia hora e que desejava que tudo corresse bem e que eu esperava que ele saísse daquela e que eu torcia por ele, realmente eu me impressionei com a minha atitude, sei que nunca mais o vi. - Que nem aquela que peguei e esqueci o nome dela - Ângelita? - Jamais por fone próprio, nem perto de câmera de vigilância - Eu sei muito bem -Não, outra - Eu tenho o nome de quase todas, quer dizer o apelido de guerra, que agora não significa mais nada, mas me lembro de um texto antigo, de 2005 que tu dizia que queria viver uma outra vida. - Ah sim, eu agora quero fotografia e viagens -

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