segunda-feira, 18 de maio de 2015

A poltrona do Franke

A Poltrona de Franke Me ofereceram R$500,00 pela poltrona, aquela mesmo que tinha dado para minha mulher e que depois pedi de volta, eu não quis a que ela deu para mim. Não é pela questão do preço, mas sim pela questão do espaço, ela foi acabar parando em cima da minha cama, e eu acabo dormindo com ela aos meus pés, eu diria que afetivamente ela vale bem mais, talvez um pedido de desculpas, coisa que às vezes nem acreditamos, de tanto mal que nos causou, não faz a menor diferença. Lembro que tenho um amigo, Franke, que uma vez visitei sua casa, e ele não morava em qualquer lugar, morava no bairro Partenon, próximo a Universidade Marista, ali na Bento, fui várias vezes lá, mas entrei somente uma vez, ele não vivia mais com a esposa, por causa do seu jeito próprio de ser e de dizer as coisas, nós almoçamos várias vezes e eu sempre paguei, era uma boa companhia, ele pedia sempre dinheiro para irmã porque esperava durante anos pelo dinheiro de uma indenização que a Manchete devia para ele, era aposentado, sobrevivia, não morava mais com a mulher e a filha por causa daquelas manias de dizer, quando ia no banheiro, que ia passar um “telex” ou um fax, , mas ainda viajavam juntos, mas as manias do casal era impossível de conviverem afetivamente, o que dirá no dia-a-dia. O apartamento era precário, um JK, escuro (era noite mesmo, mas aquilo vai tomando conta da pessoa, da questão escura de ver a coisa), velho, e não tinha nada na sala, apenas a TV, que não era nada de espetacular e a poltrona, uma poltrona conservadora, que dava até medo de olhar do jeito que ficava na frente da Tv, demonstrando que o seu maior divertimento era aquele mesmo. Eu geralmente o encontrava ali pelos lados do Café Haiti, na Otávio Rocha, uma vez ele até foi no meu emprego, querendo saber se eu estava bem, pressentiu algum apelo espiritual vindo da irmã, tomamos um café, falamos do Eduardo, seu sobrinho e a sua ascensão na vida profissional, de repente e como aquilo fez diferença na vida da irmã. Então, esse sensação, acabou se passando despretensiosamente, por mim, e acabei me vendo como meu amigo, que de uma hora para outra, começou a dar importâncias para outras coisas , de que não necessitava de mais nada daquilo que outrora havia talvez tivesse feito por terminar com todo o sentimento de afetividade que existia em relação ao resto tudo. E é desses novos sentimentos que venho a falar aqui, de um novo modelo de comportamento e de sentia as coisas, que valorizam as pessoas, de se permitir um novo tipo de atitude perante a vida, mesmo que o que está em nossa volta insista em nos fazer mudar e tentar nos prender com coisas velhas, antigas e ultrapassadas, existe a porta do novo, do que nos dá capacidade de ousar e sentir, de ter um novo olhar sobre esses aspectos que a vida nos permite resgatar em nós mesmos, acaba vindo do fundo da nossa alma, de um lugar que a gente nem imaginava que existisse, mas que estava lá há muito tempo.

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