segunda-feira, 18 de maio de 2015

Moradores de rua

Morador de rua – texto escrito em 17/05/15 Sou obrigado a reconhecer, os moradores de rua vem aumentando gradualmente, esses dias vi um casal dormindo na ciclovia, dependurado um no outro, esperando o dia clarear, eles acabam ficando sempre nos mesmos lugares, mas há um tempo atrás, devido a uma situação de trabalho, fui obrigado a ter que ir atrás de um deles, largou o trabalho, profissão que não requeria nada de mais, mas lhe dava todos os predicados para ter seus benefícios sociais, mas é que isso não era o suficiente, a família e os amigos acabam por esquecê-lo na sarjeta mesmo. Tive uma colega que uma vez foi buscar o irmão em outro estado, e trouxe ele na obrigação, não sei se dessa forma as pessoas aceitam voltarem as origens eu sei que o colete que uma vez dei para ele, por causa do frio, ela acabou ficando com ele, sem a menor vergonha na cara. Ser morador de rua é arriscado em todos os sentidos, doenças, assaltos, brigas e desentendimentos com outros colegas, já tive um amigo que foi catador de latinha, mas isso não tem nada a ver com morador de rua e catador de papel, porque ainda voltam para suas casas. Penso que quem chega na questão de ser morador de rua é porque desistiu de tudo, e não ambiciona mais nada, um retorno, uma oportunidade, ele quer mesmo é sobreviver e tentar conseguir uma forma de conseguir dinheiro sem ficar inserido no contexto, e as mulheres e os cachorros que lhe acompanham é porque tem uma oportunidade de compartilhar com essas pessoas os mesmo sentimentos. Acho que aqui em POA, eles estão em maior concentração na Cidade Baixa mesmo, eles não são pessoas difíceis, ou mal encaradas, que nos trazem medo ou receios, como os assaltantes de ônibus e lotações que utilizam a imprevisibilidade e a sua astúcia para cometerem um crime. Alguns moradores de rua são bêbados e cheiram cocaína, esse tipo de coisa, mas na noite, é muito difícil acabar convivendo com essa situação por que ela acaba sendo um protetor para o corpo ter condições de agüentar essa condições, mas pelo que posso perceber, não é falta de uma política pública, é sim o grande números de moradores de rua que estão aderindo a esse tipo de situação. Não pagar, luz, água, aluguel e poder ter uma vida sem maiores conseqüências e obrigações junto ao estado não deixa de ser uma fuga e uma nova questão de não aceitação mais desse modelo, e o estado precisa encontrar novamente soluções, que acabam como sendo advindas de gabinetes. Essa descrença que acaba por contaminar as pessoas somente podem ser modificada, com um novo tipo de política de inserção que mexe com a cultura que a pessoa adquiriu nos seus últimos tempos antes de optar por ficar na rua. A questão da assistência social, passar não só por essas definições, como entendimentos e avaliações psicológicas e das perdas que as mesmas tiveram até chegar a essa situação. O trabalho do poder público tem recursos destinados a isso, e a crise pelo que temos enfrentados quando a luz, água e moradia acabam por trazer conseqüências para sociedade como um todo. De nada adinta ver a questão pela visão da sociologia como um estudo, a questão é que os novos tempos exigem que outras questões, agora que estamos realmente conectados num mundo globalizado, de atender a necessidade dessas pessoas, de forma itinerante, criando cotainers de habitação para que os mesmos fiquem protegidos, enquanto esse processo não seja avaliado de uma forma definitiva em relação as novas políticas que sejam necessárias. Assim como as políticas para cachorros está sendo implementadas a cada dia, devemos também avaliar uma nova postura sobre a condução de parcerias que possam ter uma forma de conter o avanço dessa epidemia e dar condições de retorno dessas pessoas ao seu ambiente natural, como fator produtivo e inserido na base econômica. Notícia de 18/05/15 “Morador de rua morre após ser queimado em terreno baldio, em Porto Alegre” Texto escrito em 18/05/2015 Moradores de rua Com a crise instalada, a tendência é que mais moradores de rua apareçam por aí, as pessoas deixam de acreditar no sistema e procuram no primeiro momento, o anonimato. Vida difícil, porque sozinho, podem ser roubados e queimados durante à noite; em grupo pode acabar se estranhando por qualquer motivo banal, até porque esse pessoal bebe e cheira para se manter ligado, morar na rua é um risco para saúde, para o corpo, para mente e para vida. Nem o poder público tem como incentivar políticas públicas para lidar com esse pessoal, rebelde, que já chegou nessa situação é porque todas as alternativas de vida em relação a sociedade organizada, terminaram. O que precisa mesmo é mudar essa política e atuar agora na prevenção para que novos casos não acabem acontecendo.

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