Provavelmente ele seria não apenas um sugador, um aspirador
de pó gigante, mas sim um remetente para épocas no passado, não para o futuro,
porque na verdade não queremos saber de nós no futuro, na verdade, temos medo
dele e o que pode representar de como a gente ficou e o que aconteceu em
determinado momento da nossa vida. Eu gostaria de voltar, apenas em um
determinado instante, naquele que seria determinante para modificar o que
aconteceu nos últimos anos, não eu não queria mudar os fatos, eu queria era
alterar outra coisa, porque tirando a parte ruim, o que sobrou foi a parte boa,
aquela que muda a gente de tal forma, que não interessa o porquê das coisas,
tinha que acontecer. Eu queria mudar a forma como me relacionei com as pessoas, com aquelas mais próximas, as que
viraram às costas, e aquelas que contaminaram o que a gente tinha de melhor. Eu
na verdade gostaria de fazer isso enquanto ainda estou vivo, mas é um trabalho
muito pouco recomendável, por mais que me esforce, eu tenho fraquezas, não
consigo, por isso não saio do lugar, continuo andando no universo paralelo e
somente quando eu decidir que as coisas realmente serão diferentes eu poderei
atravessar o portal. Quem dera isso aqui fosse uma poesia, eu poderia citar os
trechos do livro e deveria mesmo ter feito um diário, para que me lembrasse de
todo procedimento de evolução em escolher uma nova forma de encarar a vida, que
não foi nem decidida por mim, mas sim em quem mais eu confiei. A questão aqui
novamente não é essa, escolher o dia da volta e o lugar certo é que é o
determinante, pois toda forma de amor foi fundamental para o processo, mas o
lugar escolhido para modificar tudo e não mexer na essência da coisa é que
significaria muito, esse é o problema, porque romper com pessoas e paradigmas
significa às vezes a própria sorte e o quanto somos dependentes de atitudes
impostas, quando elas acontecem não há como voltar atrás. Esse texto poderia
continuar sendo escrito com uma sensação de dever descumprido, de perdas e
danos que somente com a construção do tempo para resolver, está tudo ainda
muito longe de uma solução, e a ponte de acesso caiu, somente construindo outra, e a volta para se chegar ao lugar é
cercado de terrenos misteriosos e passagens sem saída, fui sugado e ainda não
tenho certeza em que ponto dos acontecimentos poderei retornar aquele ponto em
que era o mais importante na transição do processo de mudança
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