domingo, 28 de abril de 2019

Névoas - baseado num texto de Lya Luft

Há alguns anos atrás, a Igreja do Pão dos Pobres também sofreu um incêndio, e a capela demorou muito para ser reconstruída, está lá agora, o local das oferendas ficou na rua e não mais dentro do próprio santuário, ficou bem parecida, mas não como a lembrança que nos levava a uma história de nós mesmos como participantes dessa existência aqui e agora. Sem incêndio ou alagamentos, a Igreja do Menino Deus cedeu lugar a modernidade, a uma nova era, de prédios e construções que acabariam por nos fazer hoje repensar a nossa história e o nosso passado, lugar onde fiz a minha primeira comunhão, hoje se faz presente a igreja que representava uma nova dimensão de valores que estavam a se apresentar como o "novo". Hoje temos medo do "novo" e do que ele pode representar sob todos os aspectos, e nos demos conta que a história precisa ser cuidadosa preservada, com todas as ameaças que os tempos modernos oferecem, a gente não imaginaria que até mesmo em tempos menos violentos, aceitássemos algumas imposições da época moderna, aprendemos com o tempo sobre isso. Incêndios acontecem e geram, como as águas de março, catástrofes que não são percebidas pela fragilidade do comportamento humano em relação a essas prevenções, mais ainda temos que dar a devida dimensão sobre o real significado em relação ao patrimônio e o quanto as novas gerações ainda precisam subir em cima de uma árvore para que a era moderna não passe por cima do que representou uma geração. Enquanto isso, vida que segue, como diz a nossa escritora em suas belas palavras, "o que é belo e bom e essencial ainda perdura como o sol".

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