quarta-feira, 3 de abril de 2019

O furto do celular

Não é a primeira vez que acontece, mas sempre tem ocorrido no horário do meio dia. Estou falando do furto dentro do local do trabalho, coisa que ainda acontece. Já trabalhei num lugar em que o furto era a forma como o funcionário tinha de ganhar para sustentar o vício que lhe atormentava a alma, quem faz é porque perdeu a dignidade há muito tempo e está poluído, oportunista e carente consigo mesmo, não se aceita e eu diria que se detesta, perdeu a auto-estima e vive em conflito com seus medos e fantasmas, é um amaldiçoado. Entrar dentro de uma sala, aproveitando a deixa do almoço e arrancar o aparelho da carregador e sair com ele como se nada tivesse acontecido, precisa de coragem, de uma força imponente tirada sabe-se lá de onde. Para quem sofre a perda é sempre um trauma de não confiar e não aceitar mais que as pessoas possam merecer estar ao seu redor, já que foi vítima de uma armadilha não provocada, um descuido e um sem querer pensante de quer responder a pergunta: - como é que pode isso? pergunta-se incrédulo. Dentro do lugar onde trabalha todos os dias, seria como quase que fosse dentro de casa. Eu me lembro que uma vez, minha dentista me contou o furto que ocorreu dentro da casa dela, de ter chegado em casa e ter encontrada a porta entreaberta, já pensando no pior, chamou a polícia, até o congelador haviam limpado, até a data do rancho havia sido planejada, a empregada nunca mais apareceu. Todo mundo tem medo de entregar a chave da casa para o empregado, pois é quem com ele convive é que pode ser o problema, isso não se faz sozinho. A questão aqui é uma apenas, os motivos do arrombamento, das circunstâncias e da maneira que ocorreu a história ter acontecido daquela forma. Nós somos vítimas das nossas próprias convicções e da forma como conduzimos as questões que envolvem todos que estão ao nosso redor, nós somos o nosso próprio destino.

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