quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Só no cheiro...

Durante toda a minha vida eu sempre tive de duas coisas em relação aos meu carros velhos, e olha que tive vários, Brasília, SP2, fusca, até chegar na condição de dirigir um carro zero e até um GOLF, eu já havia melhorado de vida, na minha ex-vida e tão tumultuada vida paralela e passada, eu não entendia como conseguir fazer as coisas que eu fiz e tantas que deixei de fazer, eu era responsável por uma parte da casa que economizava, mas fazia a coisa andar. O que tinha medo mesmo era de ficar sem gasolina e passar por um lugar em que estivesse inundado e carro nenhum passaria. Uma vez, indo para Santa Catarina, um ônibus da Santo Anjo, passou pela estrada tomada de água por todos os lados, todos os outros estavam parados esperando, o motorista foi lá e perguntou o que nós achávamos, todos queriam chegar na praia o mais rápido possível, ninguém queria ficar naquele restaurante com aquela imensidão esperando a água baixar, que poderia demorar horas, eu era bem jovem e acabamos decidindo pela maioria e o ônibus passou com a água nos pneus. Certa vez me arrisquei com um fusca passando e uma criança de colo com onda batendo na janela, chegou a balancear o meu coração e o carro. Outra vez, uma parati passou por onde ao longe eu só via água, eu não queria voltar sem realizar a minha missão, fui atrás de um caminhão que me sinalizou que seu eu ficasse, ele me puxaria, imagino que cada pessoa tem a sua história. Teve uma vez que o carro caiu dentro de um buraco, em um Motel, o atendente disse que era o quarto que caía aquele dia, e não fizeram nada para não cair? Na verdade eu posso contar nos dedos de uma das mãos às vezes que fiquei empenhado por falta de gasolina, ou de anda com a gasolina só no cheiro, no último suspiro, antes de faltar, os meus carros velhos tinham esse problema, não avisavam quando estava no cheiro e agora o pior, o mostrador não funcionava quase nunca, os pneus carecas não me impediam de andar a zero por hora, não sei como aquela mulher suportava tanta confusão, sem dinheiro, sem condições de arrumar, sem condições de se manter na estrada, e a bobina quando esquentava?!?!?o carro não tinha ar condicionado, a bateria era até ter que empurrar, não sei descrever corretamente aquela fase, eu simplesmente não me arrisco mais como antes, mesmo assim, os riscos agora são outros, mas isso é uma outra tradução. Depois de tudo o que disse, eu fico imaginando como é que o piloto do vôo da Chape saiu sem a margem de segurança, eu seguidamente por aqui, uso esse termo, a margem de segurança ou de tolerância, na cadeira de O&M se falava muito do K, do estoque de segurança, que quando o limite tende a zero pela esquerda ao infinito, ou seja, impossível você não acreditar que vai faltar se o planejamento depende a sua vida, o que dirá dos outros, e penso que só existia um motivo para se arriscar, a questão financeira, a economia para poder pagar as contas e quem sabe comprar alguma coisa para o Natal que será o mais enxuto dos últimos anos, e já passei um Natal só, por causas dessas coisas que a gente talvez deduza assim, quais os riscos de uma operação dessa ser mal sucedida numa hora dessas? Eu ainda estou com problemas no freio do carro, ele está baixando seguidamente, eu sei que pode ser as pastilhas, ou as lonas, já que o líquido de freio não é, alguma coisas está fazendo ele baixar, pode ser apenas regulagem, já que ele enfrenta seguidamente várias mãos e está velho, não tem como recuperar agora, é um questão de tempo. Eu ainda acho que se tivesse com a situação complicada eu não iria direto, como no caso daquela vez da bobina que deu a pane e eu fiquei na estrada com 40º...só existia uma coisa a fazer, gelar a bobina, que a fez andar novamente, mas eu não fui direto ao local, a fim de evitar nova pane, parei no caminho e comprei uma nova, o cara trocou para mim, aquele mesmo que espatifou o carro sem seguro, estava com umas gatas dentro, ali começou a fase 2 do comercio que não deu mais certo, não quero que pensem que isso aqui é um jogo de meias palavras, mas apenas as necessárias para não sair do texto, eu não me arriscava, mas o carro teimava em querer ficar várias vezes no meio do caminho eu já não tinha mais paciência disso. Sendo assim, por mais que eu estivesse a perigo e sem condições financeiras e muito a perigo, eu não ficaria sem a gasolina em qualquer momento que seja, eu faria como no trabalho, temendo uma situação pior, eu me meteria e me afobaria sobre os outros, dizendo que não dá mais...eu não voaria às cegas, temendo que a situação só se resolvesse depois do prazo, eu me arriscaria a entrar direto no campo de pouso e tentaria usar uma pista alternativa, ou um outro ângulo de descida, ou uma situação como aquela da TAM se houvesse possibilidade de chegar ao fim da písta sem bater...até hoje me assusto em ficar sem a tal gasolina e aquele marcador de hoje não funciona direito, mas uma coisa ainda não me faz voar às cegas, a luz do painel acende quando está dizendo que vai faltar. Deus me ajude a não passar por isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente, se você tiver coragem...