domingo, 20 de novembro de 2016

Chá de Sumiço



Perdi meu cartão do Zaffari, desapareceu por encanto, procurei uma vez faz uns dois meses e ele não apareceu mais, é raro isso acontecer comigo, mas depois que a gente fica dono na nossa própria vontade e dos nossos medos e desilusões, depois que perdemos o apego as coisas materiais, isso já não tem mais tanta importância assim, posso pedir outro cartão que vai vir pelo correio um dia desses, continuarei a comprar assim mesmo. Eu já havia perdido a minha carteira no Guion esses dias, tinha comentado não nesse espaço, mas no de algum vizinho. Isso me mostra um sinal de alerta, que alguma coisa estava saindo do meu controle, perdi um óculos uma vez no cinema há alguns anos atrás e não teve volta, só que o Guion é um cinema diferenciado, com pessoas que guardam você no coração deles, lá estava ela, esperando por mim, e o melhor, com o dinheiro intacto, não era pouco, mas dava para muita coisa, mas não é disso que quero mostrar e sim, das chaves, e de documentos, dos bilhetes para nós mesmos que acabam perdidos por insistência de memória, de um jogo que acaba nos seduzindo, que nos leva a um quebra cabeça que vai nos consumido a cada dia que passa e acabamos por nos questionar desse tipo de sumiço, mas do sumiço da vida das pessoas, sem deixar rastros, mas sim verdadeiras cicatrizes, de que não sumimos porque queremos, sumimos da vidas das pessoas da mesma forma que as coisas somem e não encontramos e talvez um dia quem sabe a gente ache esse elo.

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