domingo, 20 de novembro de 2016

Os descobrimentos que sabemos dos filhos depois que se tornam adultos

Foi numa conversa informal, ou formal talvez, porque a gente ainda continua se preservando o máximo possível para não cair em contradições, droga isso, ter que ser julgado pela nossa própria consciência, e eu não queria falar sobre isso, mas me chamou atenção, quando ele disse que não gostava muito de jogar futebol, talvez ele tenha feito isso só para me agradar e várias vezes assisti o jogo dele, ia ser craque, porque no momento em que ele nasceu, eu já coloquei a bola no pé esquerdo dele, mas sei que foi num treino quando era pequeno, trinta graus, que vi que ele não estava mesmo interessado como eu estava, eu adorava jogar e adorava ver os outros jogarem, e só não segui a carreira porque a mãe não entendia nada de futebol e não sabia do que eu era capaz, mas enfim, eu jogava em casa, num apartamento de 80 m² a partir dos oito anos. Ele me disse com uma naturalidade que jogava com o filho do Tite que parece que é auxiliar hoje na seleção, e o Tite era coimo eu, respirava o futebol, mas eu nunca me vi técnico, vi uma vez o Ortiz jogar de ponta esquerda, o Joãozinho do cruzeiro, o Volmir, o Renato, tantos outros, que porcaria não entrar nesse mundo de glamour e outros vínculos que não posso descrever, trabalhei no Grêmio uma vez, auxiliar de pessoal, eu não deveria ter saído de lá, eu deveria mesmo me perpetuar no clube, querendo continuar ali até o fim, eu queria ser um Vargas da vida, que respeitava o clube 24h por dia, sempre escutando o seu nome no alto falante, de ver e conhecer o Telê Santana e pagar o salário dele. Aquela conversa me revelou uma coisa que não sabia, o que talvez eu desconfiasse, ele só teve a minha voz, coisa que nem eu suporto, perdi o meu tempo, mas fique com a consciência tranquila, vou ter que ensinar outros atalhos para ele, se ainda der tempo.

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