segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O Genro

Olho para ele na sala e me vejo na minha juventude, no quanto eu era desafiador e o quanto era polêmico e dentro disso, ousado e completamente orgulhoso, não sei se essa era a palavra correta. Sim, ali está ele, no canto da sala, tomando aquela cerveja, como se fosse a última, e depois a saideira e mais uma, com aquele bafo que deixava qualquer um fora de si. Depois, no mundo distante, vamos entendendo porque as coisas acontecem com a gente e hoje porque precisamos lidar com isso, está mais do que claro, que não é possível ficar naquele ambiente inóspito, porque a qualquer momento alguma coisa vai acontecer, ele faz o que dá naquela cabeça dele e não temos mais qualquer tipo de ambiente para lidar com aquele tipo de pessoa, o final chegou para qualquer um que queira ver.
Olho para o meu passado e me vejo numa encruzilhada e porque eu era daquele jeito e porque não mudei na hora certa, e porque as coisas ficaram daquela forma e eu não me contive, como eu pude chegar àquele ponto tão sem ter a certeza de qualquer coisa, eu teria que ter modificado esse campo de visão de uma forma que as respostas estivesse mais próximas de mim, mas não, eu não seguia o conselho de ninguém, eu apenas trabalhava e fazia o máximo para conter aquela energia toda que estava dentro de mim e não conseguia canalizar para alguma coisa que poderia ficar a meu favor num futuro distante, não sei como foi que as coisas não mudaram já naquela vez que entrei em casa às 7h da manhã, depois de uma noite mal dormida e esquecer de voltar para casa, encontrei com a sogra na cozinha esperando para tomar o café. Certo dia cheguei para sogre e disse que precisava falar com ela, para botar final naquela relação que eu não aguentava mais, que ela me esperasse. Ela pegou as malas dela e as compras que fez e tomou a atitude que era a mais sensata, foi embora de volta para casa, a visita havia se encerrado ali mesmo.

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