Eu era amante do Guion, teve mês que ele me levou quase todo meu salário, tu deixa de viver a tua vida para viver a dos personagens, tu acaba desejando muitas vezes que aquilo que acontece nas telas sirva de lição no guiar dos teus passos, do teu mundo às vezes inconstante. O que acontecia no Guion alimentava a tua alma para poder criar e montar uma forma de ver as coisas que as pessoas não entendiam ou ficavam surpresas da forma que um comportamento se moldava apenas com base em sonhos e fantasia, trazida para o mundo real.
O Guion tinha outras coisas, as pessoas, sim elas que te atendiam, que figuravam em cena, o mostruário de arte, cd´s, livros, etc...tudo faz parte de uma metáfora em relação ao que foi determinante para querer terminar com o cinema, o tipo de pessoa que acaba se criando em relação ao que aconteceu na pandemia, os medos, os devaneios e a capacidade de tu distanciar daquela vida criada através de um universo paralelo tantas vezes comentado aqui. É como aquela história de quando se destrói a quem você admira porque ela te condenou por atitudes e pensamentos egoístas. Mesmo você pensando que a pessoa olha as redes sociais, para ver como você está feliz e agora mudando as atitudes apenas para quere mostrar para aquela pessoa que você não é mais daquele jeito que ela acabou se expondo. Esse não é um sentimento vazio... o da falta do café, do bolo, da pipoca, da coca zero, das perdas de documentos, do chapéu, da carteia, sempre devolvidos pelos funcionários, essa é a exposição da lembrança de uma geração e do que muito se escreveu nesse blog em relação ao que foi visto no Guion.
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