quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Brique do amor - baseado no texto de Carpinejar

Aquela minha calça de passarinho. Que coisa impressionante, como eu era sem noção da realidade, e digo isso porque uma vez um besouro entrou dentro das minhas calças e me deu uma picada, como se eu tivesse me apropriado dos bichinhos, deixou um furo na minha perna. Eu sempre doei minhas roupas, até as pouco usadas, em grande número. Trabalhei uma vez num lugar que se usava uniforme, lembro que uma vez que mandaram eu voltar em casa, esqueci a camisa, que falta de sensibilidade, logo Eu, que adorava usar acabei criando nojo, pela falta de respeito. Mas depois que saí daquele lugar eu percebi que não tinha mais roupas, criei um guarda-roupa Novo que doei quase todo quando saí de casa, revoltado e estado de rebeldia e acho que Deus ficou brabo comigo porque fez-me dar valor as peças que serviam ao meu vestuário. Passei por fase de até não saber quem estava usando de fato as minhas roupas e aquilo tudo me mostrou como sentia-me fora daquilo que era o mais importante, a minha identidade, que havia sido extorquida e retirada de mim, eu era uma nova pessoa, completamente estrangulada pelo meu maior poder, de não recuperar aquilo que realmente importava: a vontade de poder ajudar os outros.

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