quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Seja gentil

baseado     num texto de Lya Luft

Quando desconfio que não tem mais jeito esse povo, acabo sempre por lembrar que existe a Lya, com suas palavras suaves diante de tanta porcaria que estamos sujeitos todo dia. Aquele facebook virou uma verdadeira faixa de Gaza, ou seja, às vezes o pessoal demora para entrar, depois perde o controle e vai para o paredão, quer ser fuzilado. A faixa etária pouco ou nada interessa, é todo mundo. quer ver o ódio e a raiva, leia os comentários do David Coimbra, se quer ver a paz e a branquitude, leia a Lya, que diz quase a mesma coisa que o David, de outra forma.
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"A violência desde sempre me assusta: não precisa ser a física, de um tapa, um empurrão, uma voz alterada, mas a emocional, da acusação injusta, da invencionice maligna, da desconsideração com humanidade, cortesia, e democracia – ah, a palavra tão usada, mal usada, abusada."

"o resto é tudo bandido, fascista, maldoso, ignorante, explorador de pobres e desvalidos, pisa em cima da cultura, despreza a saúde etc, etc, etc. (Poderia ser uma linha inteira de etcs.)"
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"olha só, que cara educado, bondoso, camarada. A gente se sente bem com ele, e não é artificial, nem imposto. O beijo de bom-dia em casa, alguma indagação sobre como foi a noite, ou a festa, ou como poderá ser a prova na escola, o novo amigo, ou o ombro que ontem doía tanto. Pequenas, miúdas coisas que fazem a vida, uma vida boa, uma vida humana como deveria ser: pausas para respirar, para se olhar, para escutar... para reencontrar com prazer."

Está mais do que evidente de que a escolha pelo Presidente Trump e a provável escolha por Bolsonaro, refletem o que existe no outro lado do imaginário, do meu lado invisível, do universo paralelo que eu prefiro me soltar e ficar escondido, eu já perdi o respeito por quem em algum momento deixou de ser o que um decidiu ser, e eu não sei como isso acontece e em que momento percebemos. Acabamos por ver que é nos relacionamentos que mostramos que algo se perdeu em algum momento e pelo andar dos fracassos e dos erros cometidos vamos piorando cada vez mais. É um verdadeiro turbilhão de incertezas e correções que acabam nos afetando de coisas que acabamos desenvolvendo de uma forma equivocada ou errada em algum momento, só existe uma forma de sair disso, saindo.

Só existe uma fase boa, da do conhecimento e do interesse pelo sexo oposto, seja em que situação seja, a carência é tão grande que acabamos por fazer e concessões e ceder espaços da personalidade que acabam virando uma verdadeira avalanche de alterações de personalidade, de sofreguidão da alma porque escolhemos os piores caminhos e muitas vezes somos tão enganados que enganamos a nós mesmos. Sempre existe uma possibilidade de ficar enredado na própria teia. Qual a hora de sair? Essa talvez seja a resposta mais decisiva que nos remete as respostas que esperamos de nós mesmos, em que momento devemos nos afastar e procurar uma nova forma de nos ver e reagir perante a todas essas coisas que tanto Lya e David colocam a respeito do Homem, ser único, capaz de ter a destruição ou a capacidade de amar tanto, tão esplendorosamente juntos e ao mesmo tempo, que acaba destruindo também a sua fonte de enriquecimento, através do amor.

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